tag:blogger.com,1999:blog-77398705085656485032024-03-13T03:34:34.393-07:00A Inquietude da BuscaMora no infinito do peito a inquietude da busca.CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.comBlogger36125tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-34275023309841449642013-11-05T07:35:00.001-08:002013-11-06T08:51:22.333-08:00Link para: VIVA DOMINGO | 04.08.2013 | ESPAÇO CIDADÃO: Bazar das LetrasCARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-46989257051791327702013-11-02T14:51:00.003-07:002013-11-02T14:57:25.377-07:00MARÍLIA ARNAUD, PEDRO SALGUEIRO E RINALDO DE FERNANDES COMENTAM O LIVRO "OS DIAS ROUBADOS", DE CARLOS VAZCONCELOS.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIsHEZ4vdpMERjZ_cyOlGAbH5ojrWbeZb5-4fKm-gmk1GHbS_CEtawOwYyUHT422lFlJTzMQYHNcsUPhrCgbBe_m94aNZ0i3gEdzlmAHm1prTEKXeWDg6nYTROsufPWvAFbziTW5FfLHJP/s1600/Marilia-Rinaldo-Pedro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIsHEZ4vdpMERjZ_cyOlGAbH5ojrWbeZb5-4fKm-gmk1GHbS_CEtawOwYyUHT422lFlJTzMQYHNcsUPhrCgbBe_m94aNZ0i3gEdzlmAHm1prTEKXeWDg6nYTROsufPWvAFbziTW5FfLHJP/s320/Marilia-Rinaldo-Pedro.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8gVvRnzuSjIl_OS2_7GoeUZvT41dAl0p4R8mH_wiHnpoqlA_VF1V_d3VLAUpPnbxF-_i0jW7HmpTD4J_R4PLFbEBFY2g124bPlPyCbKg-j5BewkXBHyV3kFS6NL6OYlei-tVj1yCu2Vgn/s1600/Os+Dias+Roubados.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8gVvRnzuSjIl_OS2_7GoeUZvT41dAl0p4R8mH_wiHnpoqlA_VF1V_d3VLAUpPnbxF-_i0jW7HmpTD4J_R4PLFbEBFY2g124bPlPyCbKg-j5BewkXBHyV3kFS6NL6OYlei-tVj1yCu2Vgn/s320/Os+Dias+Roubados.jpg" width="240" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.5pt;">
<span style="color: #37404e; font-family: Tahoma, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.5pt;">
<span style="color: #37404e; font-family: Tahoma, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 13.5pt;">"O complexo narrador-autor desta obra instigante vai — trazendo
sempre junto o leitor — construindo (ou seria desconstruindo?) suas prisões
exteriores e, principalmente, interiores. Texto de fôlego do contista de Mundo
dos Vivos, que, pouco a pouco, pedra a pedra, vai fincando seu nome neste solo
tão árido da Literatura Cearense."</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.5pt;">
<span style="color: #37404e; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">PEDRO SALGUEIRO</span><span style="color: #37404e; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
<br />
</span><span style="color: #37404e; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">"O romance de Carlos Vazconcelos é agudo na
temática e bem elaborado na forma, com uma técnica inventiva. No final é que é
revelado, por meio de um “posfácio” produzido por um dos organizadores do
volume, que a narrativa que lemos (fragmentada, e o recurso soa perfeito, por
conta do arranjo que foi possível ser montado pelos organizadores do material
recolhido) se trata na verdade da autobiografia do protagonista, que, na
prisão, e fazendo de tudo para preservar seus papéis, seus manuscritos,
tornara-se escritor. Tornara-se escritor para denunciar a injustiça que o fez
padecer durante quinze anos – e que, liberto, não o recompôs como indivíduo,
fraturou de vez sua identidade."</span><span style="color: #37404e; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
</span><span style="color: #37404e; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">RINALDO DE FERNANDES</span><span style="color: #37404e; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
<br />
</span><span style="color: #37404e; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">"Carlos Vazconcelos, grata pelo arrebatamento
que você me proporcionou com o seu OS DIAS ROUBADOS, que li duas vezes (a
primeira em algumas horas; a segunda, pausadamente, em pequenos bocados). O
narrador e protagonista sem nome é um homem que, tendo passado quinze anos
atrás das grades por um crime que não cometeu, desaprendeu seu lugar no mundo.
Assombrado pelo passado, destila sua angústia existencial em escritos que o
transformarão em celebridade. Realidade e fantasia, sonhos e lembranças
misturam-se vertiginosamente no relato desse homem que, privado da voz, faz da
palavra sua vingança. Um texto vigoroso e sofisticado, que revela um escritor
dotado de sensibilidade e consciência literária. Um escritor em sua plenitude.
Aceite meu encantamento."</span><span style="color: #37404e; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
</span><span style="color: #37404e; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">MARILIA ARNAUD</span><span style="color: #37404e; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #37404e; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 8.5pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><a href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=549827085082834&set=a.157800994285447.38261.100001666416349&type=1&relevant_count=1"><span style="color: #3b5998;"><br />
</span></a></span></div>
CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-64752130613890890832013-10-17T13:15:00.001-07:002013-10-17T13:39:04.921-07:00Ouro Preto: poesia sem balangandãs<!--[if !mso]>
<style>
v\:* {behavior:url(#default#VML);}
o\:* {behavior:url(#default#VML);}
w\:* {behavior:url(#default#VML);}
.shape {behavior:url(#default#VML);}
</style>
<![endif]--><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM33-NnktALLQ7Rigv1KABaEOdH_uPgwk9IXVFARkt2R8kQbTI7PZcIcVBuhlBlrRz3btDBwTGZlhCQKzu3Kw3KqNb97CnpO0mdyXYNIn4hRkQa9rIEeQZgMX3ncBKCaJ_xO8Jnn0vx3au/s1600/OuroPreto-M%25C3%25A1rio+Alex.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="263" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM33-NnktALLQ7Rigv1KABaEOdH_uPgwk9IXVFARkt2R8kQbTI7PZcIcVBuhlBlrRz3btDBwTGZlhCQKzu3Kw3KqNb97CnpO0mdyXYNIn4hRkQa9rIEeQZgMX3ncBKCaJ_xO8Jnn0vx3au/s320/OuroPreto-M%25C3%25A1rio+Alex.jpg" width="320" /></a></div>
por Carlos Vazconcelos<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Conheci Mário Alex Rosa na cidade
do Rio de Janeiro, em viagem a serviço do Sesc, cujo destino era Paraty e sua famigerada
Festa Literária, a FLIP. Do grupo, com representantes de vários estados do
Brasil, identifiquei-me de imediato com o Mário, mineiro, de fatídico sobrenome
Rosa, o jeito manso de falar, quase inaudível de tanta discrição.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Mário parece carregar uma
tristeza ancestral, colhida talvez nas paredes e ruas memoriais da sua São João
Del-Rey natal. Mas não deve ser amargura, é apenas a angústia necessária de
quem olha de soslaio o espetáculo frenético do mundo. É de outra estirpe a
melancolia dos poetas. Em contrapartida a essa “tristeza”, o humor picante de
quem não vê a vida apenas pelas órbitas dos olhos. Eu, mais efusivo e falante,
entreguei-lhe <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Os dias roubados </i>(Fortaleza:
Expressão Gráfica Editora, 2013), romance eu que acabara de tirar do forno. No
dia seguinte, no ônibus, já a caminho de Paraty, muito discretamente ele se
dirigiu à minha poltrona e me presenteou com o seu livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ouro Preto </i>(Belo horizonte: Scriptum, 2012). Soube depois que o
livro estava na lista dos semifinalistas do Prêmio Portugal Telecom, um dos
mais importantes da atualidade <span style="mso-bidi-font-family: Calibri;">− </span>onde
também figurava a querida amiga Tércia Montenegro com o seu <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O tempo em estado sólido</i> (São Paulo:
Editora Grua, 2012). Mas acho que não foi ele quem me deu a notícia. Talvez
tenha sido o Betinho, seu editor, que também conheci na FLIP, e com quem
dividimos poéticos momentos de boemia regados a vinho, cerveja e umas poucas
doses de Gabriela, a famosa cachaça da região, a mais doce e sedutora que já
bebi. Betinho, sempre irrequieto, vibrava com o livro, manifestando o que
poucos editores conseguem: o entusiasmo com a publicação do seu editado.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ouro Preto</i> é composto por 52 poemas, que qualquer crítico
desavisado poderia denominar “minimalistas”, o que soará verdadeiro tão somente
se pensarmos na dimensão física, no tamanho, nunca na essência de cada peça
literária enfeixada no volume. Por esse ponto de vista, mínima será uma pérola
que enjoou de ser concha; mínima será a nota musical que saltou para dentro de
uma melodia; mínima será a flor que renunciou da solidão para ser buquê.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
A poesia de Mário Alex Rosa
jamais será derramada. É centrípeta. Seus poemas convergem para o âmago do ser.
Zomba da ordem: “Aqui cada palavra é cadafalso. Por isso enforco versos e
métrica. Fico livre de outras forcas.” (p. 35) O poeta Mário se perde e se acha
nos casarões de Ouro Preto, se esquiva pela rua Direita, se desvia pela rua da
Escadinha, entra na capela do Padre Faria, mas não é a cidade concreta que
incansavelmente procura. O eu-lírico está perdido na cidade secular, catando
instantâneos: a saia rosa que acorda a manhã, a branca de neve que o poema
ocultou, a ponta do xale que entrou na igreja, enovelando o amor. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O poeta “enxerga a noite no dia e
o dia na noite”, “como o vidro de gato dos olhos dela”. Como guia, anda perdido
por opção e engabela o leitor que busque uma Ouro Preto de pedra. É a Ouro Preto
etérea/eterna que o poeta persegue e nos dá: “Não tenho em mim/qualquer outra
cidade,/senão a tua, que me atravessa/feito espada na bainha./Entro nela por
dentro/e aceito o medo de sabê-la por fora.” (p. 58)</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
No itinerário de Ouro Preto nos
desencontramos do amor para tropeçarmos com ele logo na próxima esquina, entre
o sagrado e o profano: “Já não posso me ater a esse lugar/onde a palavra amor
estancou/entre o beco e a igreja.” (p. 57)</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O leitor tenta seguir o poeta
pelas calçadas da vetusta cidade, mas o poeta está pedido de amor. “Uma ponte é
o encontro de duas pontas. Eu continuo num extremo delas.” (p. 13) Aliás, o
amor é um personagem irrequieto que perambula em Ouro Preto à procura de
pretextos. E isso é tudo o que o poeta deseja. E se consola na solidão dos
versos: “Deixe o amor ausentar-se:/Fagulha, do pedaço de unha/Que feriu a
imperfeição./Recolha-se nos seus escritos./Fique assim a ver navios./O amor não
tolera quem compreende./Mata antes de morrer./Se viver, peça a sua dor de
volta.”</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Ouro Preto é uma mulher
misteriosa que dorme quando o poeta acorda. “Aprendi mais uma vez na falta.”
(p. 26)</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
A voz baixa e contida de Mário
Alex é altissonante em versos. E só corresponde ao ouvido quando dita
plenamente em oração: “Sempre quis ler para você/o poema ‘São Francisco de
Assis’./Era para lhe dizer que a crença na arte /é uma forma de crer na mão
humana./Mas você rezava por nós /imersa em tanto silêncio, que naquele momento
pensei escutar /que Deus acordaria o mundo./Perdão por acreditar no seu amor.”</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Nosso poeta não apenas canta Ouro
Preto, ele a encanta. Cantar uma cidade em versos é povoá-la de ausências,
porque o que vale mesmo é a procura. Assim como Cláudio Manuel da Costa e Tomás
Antonio Gonzaga, o leitor vai nos encalços da poesia em busca de sua Nise
inacessível, de sua Marília inatingível, de uma musa ausente (ou seria
onipresente?) que se esconde em algum canto da cidade inesquecida. Parece
dialogar com Drummond: “São palavras no chão/e memória nos autos./As casas inda
restam,/os amores, mais não.”</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O livro diz muito com seus
silêncios e hiatos e cada palavra tem dois gumes: um de nuvem outro de abismo. “É
preciso rezar com raiva.” (p. 44). Ouro Preto é a própria matéria da poesia; não
se encontra ali balangandãs.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu9zyOKagkMIaxGEcfdeS4wllVcqquwlRXGugE_dp_e9WmuJSTgSfeQr9crih9TrQHQJ3EHGYTEcWMgK5WNDAv6XtX5KvcjzDmUCJMNWEogOvGO8a26gG3VNN5DH2JU1SZaAbctg1Jv96D/s1600/OuroPreto-M%C3%A1rio+Alex.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div>
CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-56697115701479704372013-03-02T18:51:00.000-08:002013-03-02T19:07:43.901-08:00MAPA DE ERRÂNCIAS 3<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpAPZQ-lbO1bbMnlrCl_e0vODEtDgOPlknnkv_UdBYQ9w4kqgaqtfeAYfQsVr5343rMz28KKpD-bx7mcS1vxgmNkFVmeYndvORkg1I0YJudZi2kPywhJlVXTfqi-mOS5dj2ffJo5G3JO2F/s1600/nelson-rodrigues-por-William-Medeiros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpAPZQ-lbO1bbMnlrCl_e0vODEtDgOPlknnkv_UdBYQ9w4kqgaqtfeAYfQsVr5343rMz28KKpD-bx7mcS1vxgmNkFVmeYndvORkg1I0YJudZi2kPywhJlVXTfqi-mOS5dj2ffJo5G3JO2F/s320/nelson-rodrigues-por-William-Medeiros.jpg" width="221" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRJcuVxh4zPED5MDSmfk7GfhfnKl-WBfPLMO7CkBoVgaDZXyt6nLhsdJ8SPWbUQq5a-CmXAWYzMb2TSZ85azIwUR1XRo9LwMQpm4Bdt7Chshqap9JtjA4I05jdVuRRy-usEMqgnh3yvFY0/s1600/nELSON+ROGRIGUES.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRJcuVxh4zPED5MDSmfk7GfhfnKl-WBfPLMO7CkBoVgaDZXyt6nLhsdJ8SPWbUQq5a-CmXAWYzMb2TSZ85azIwUR1XRo9LwMQpm4Bdt7Chshqap9JtjA4I05jdVuRRy-usEMqgnh3yvFY0/s320/nELSON+ROGRIGUES.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="color: blue; font-family: inherit; font-size: large;">Estou
quase concluindo a leitura de <i>O óbvio
ululante</i>, crônicas memorialísticas de Nelson Rodrigues. O velho escriba era
um gozador. Tinha o poder de desnudar o lado mais torpe da alma humano. Poucos,
na literatura brasileira, além de Machado de Assis, o conseguiram de maneira
translúcida. Implicava com alguns vultos da época, e quando isso acontecia,
era desassossego para a “vítima”, que virava personagem das crônicas
semanais. Implicava, por exemplo, com D. Hélder (a
personalidade mais citada no livro: 38 vezes), com Alceu Amoroso Lima e outros
católicos. Incomodava-se com os doutrinadores, os moralistas, os seres cheios
de certeza. Como não via possibilidade de perfeição no ser humano, observava as
atitudes dos “homens de boa vontade” com desconfiança e sempre ávido por
encontrar goteiras no telhado. Percebe-se frustração quando não as encontra. As referências a João Guimarães Rosa são impagáveis (com a licença da expressão clichê). São passagens em que Nelson dá uma perfeita amostragem de suas próprias contradições, temperadas sempre com fina ironia e tamanho cinismo. Nunca poupou críticas à “esquerda” brasileira, o que lhe rendeu o rótulo de reacionário. Em Nelson, percebe-se nitidamente a diferença entre o homem e o
criador. O segundo não aceitava amarras e apresentava a vida como ela é. O
primeiro tinha moral própria, de homem comum, com seus medos, dúvidas e tabus.
Só não aceitava doutrinadores. É o rei da frase de efeito, criadas sempre som
muita perspicácia. Podemos surpreendê-lo sentimental: “A perfeita solidão há de
ter pelo menos a presença numerosa de um amigo real.” Romântico: “Nasceu comigo
o horror de trair. Eu queria ser fiel e que todos fossem fiéis. Amar a mesma,
sempre. (...) A minha mais doce utopia era morrer como ser amado.” Reacionário
(e atual): “O grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e
fulminante do idiota.” “Canalha” e “pulha” são palavras recorrentes, de sua
preferência, quase uma marca. Narra inclusive o episódio em que escutou pela primeira
vez a palavra “canalha”. Não apenas a palavra “canalha”, mas os próprios
“canalhas” o fascinavam. E já que o assunto é memória, também tenho as minhas.
Lembro que na minha cidade também havia um menino precoce que cedo logo ganhou
o apelido de “Canalha”. Ele fazia pose de canalha, e quando tentava disfarçar a
alcunha, bancar o homem sério, mais canalha se tornava. Ainda vou descobrir
quem batizou o Canalha de canalha. E fico a me perguntar: Já existia em Tianguá
algum leitor de Nelson Rodrigues? </span><span style="font-family: Times New Roman, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-87290533125066606232013-02-15T13:52:00.002-08:002013-02-15T13:53:09.072-08:00À GUISA DE CARTA ou A FOTOSSÍNTESE POÉTICA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3r5lpqgeasSvV7WRe8J4-8kDM8RoFb2qQXv__Sa6KJY8ysOrmm1JXjDdRecssGxWRP6ncqJXAK8f_X6RVB3DeuXEPKo8TaTMa0687q_YM1HWxPbBEEvpxFfqcvtmMKA_MEjyIF8ArphV8/s1600/Carlos-N%C3%B3brega.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3r5lpqgeasSvV7WRe8J4-8kDM8RoFb2qQXv__Sa6KJY8ysOrmm1JXjDdRecssGxWRP6ncqJXAK8f_X6RVB3DeuXEPKo8TaTMa0687q_YM1HWxPbBEEvpxFfqcvtmMKA_MEjyIF8ArphV8/s1600/Carlos-N%C3%B3brega.jpg" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="color: #444444; font-family: inherit; font-size: large;">Fortaleza,
Carnaval de 2013<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="color: #444444; font-family: inherit; font-size: large;">Carlos Nóbrega, nobre
Xará, <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="color: #444444; font-family: inherit; font-size: large;">Seu novo livro, <i>Lápis branco</i>, já me conquistou lugar na
estante. Lá não estará sozinho, mas em família. Tem por companhia toda a
irmandade: <i>A sono solto</i>, <i>Outros poemas</i>,<i> Breviário</i>, <i>Árvore de manivelas</i>,
<i>O quanto sou</i> e <i>8Verbetes</i>. Nessa prateleira só mora gente de ótima estirpe: Carlos
Drummond (o outro xará), Manuel Bandeira e Manoel de Barros, João Cabral, Mário
Quintana e Augusto dos Anjos. Não precisa se encabular, que ali também residem dois
conterrâneos: Francisco Carvalho (com seus títulos e “tons e dons geniais”) e O
Poeta de Meia-Tigela (com seu concerto desconcertante de tão bom). Nesse
momento, assim se resume minha prateleira principal de poetas do Brasil. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="color: #444444; font-family: inherit; font-size: large;">Com <i>Lápis branco</i> você reafirma esse lirismo
carregadinho de reflexões próprio de sua estética e do seu estar no mundo. Como
Manoel de Barros, você sabe arqueologicamente escovar as palavras para
descobrir que ecos ainda guardam. Feito isso, reveste-as de brilho novo e,
mesmo sem se esforçar para expô-las na vitrine, elas reluzem e aliciam o
leitor, apenas aqueles que “sofrem” de fotossíntese. Explico: Aprendi
erradamente na escola que a fotossíntese é um fenômeno exclusivamente vegetal.
Mas hoje compreendo: minha professora de Ciências não tinha o hábito de ler
poesia. Eu a perdoo. É feito padre: ensina a casar, mas não casa nunca. Sofrer
de fotossíntese é ter a lua por companheira de viagem; é entrar naquela casinha
sem número (a avozinha da rua) que distribui humanidade, e tomar um café com
pão; é ajeitar a alma dentro da blusa e sair à cata de versos no bulício da
cidade grande; é entender o estranho e delicioso esperanto das mulheres; é
saber esperar na fila da padaria e da vida e nesse intervalo ser distraído pela
poesia; é achar fatigante a ideia de desaparecer (inevitavelmente) um dia para
sempre; é ser encontrado morto dentro dos olhos vivos da amada; é andar sozinho
em procissão contando os passos entre um poste e outro (feito aquele personagem
de Orígenes Lessa), é não ligar se pousem moscas ou olhares sobre a felicidade
de fiar poemas. Enfim, é escrever com lápis branco sobre papel branco para que
só captem a mensagem aqueles indivíduos “clorofilados”, os que sofrem de
fotossíntese poética. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="color: #444444; font-family: inherit; font-size: large;">Afinal, não foi Mário
Quintana que disse que “cada poema é uma garrafa de náufrago... quem a
encontrar, salva-se a si mesmo?” <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="color: #444444; font-family: inherit; font-size: large;">Sei que você não
acredita que a poesia possa salvar alguém, mas que ajuda a não doer, ah, disso
nós temos certeza.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="color: #444444; font-family: inherit; font-size: large;">Abraço do Carlos
Vazconcelos.</span><span style="font-family: Times New Roman, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-73223600641864725262013-02-08T19:05:00.000-08:002013-02-08T19:32:02.765-08:00MAPA DE ERRÂNCIAS 2<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaiEABsmdSKgMIipQZN2-BvPpbZFnnGppOB62cI81l6Uy4X43WpShkidZIW4RScaWsluVVM7JYZi9eKST_nOmeWy8RNRFrtzdKRuH7HKctREjF_RnvO9WQLR2RVGDC49e7WbLY09Oid3G_/s1600/Jo%C3%A3oCabral-montagem-minha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaiEABsmdSKgMIipQZN2-BvPpbZFnnGppOB62cI81l6Uy4X43WpShkidZIW4RScaWsluVVM7JYZi9eKST_nOmeWy8RNRFrtzdKRuH7HKctREjF_RnvO9WQLR2RVGDC49e7WbLY09Oid3G_/s320/Jo%C3%A3oCabral-montagem-minha.jpg" width="320" /></a></div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-size: large;">Esta semana, li na revista <i>Época</i> que o uso excessivo de aspirina causa cegueira (informação dada a partir de estudos recentes). Lembrei-me logo do poeta João Cabral de Mello Neto, que ingeriu esse tipo de comprimido por quase 50 anos. Consumiu cerca de 70 mil aspirinas (de acordo com José Castello). Era tão dependente que escreveu o poema "Num monumento à aspirina", publicado no livro <i>A educação pela pedra</i>. Acho que foi o único poeta no mundo que dedicou versos a um remédio. Compara-o a um "sol artificial" que "a toda hora em que se necessita dele/levanta e vem (sempre num claro dia)/acende, para secar a aniagem da alma/quará-la, em linhos de um meio-dia."</span></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-size: large;">Explica-se esse "amor". O poeta padecia de dor de cabeça crônica desde os 16 anos, cuja causa nunca fora diagnosticada. Curou-se somente em 1986, após cirurgia no estômago. Certa vez, em entrevista à Folha de São Paulo, reiterou: "Eu a comparo a um sol. Depois eu soube que a aspirina é euforizante. Tenho a impressão de que essa minha depressão de hoje é falta de aspirina. Resolvi tomar uma por dia - tomava seis -, mas, como não tenho mais dor de cabeça, eu esqueço." Perguntado em seguida se rejeitava drogas no momento da criação, respondeu: "Ah, sim. Quero escrever sempre em plena consciência." João Cabral morreu em 1999, com avançada cegueira e muita melancolia.</span></div>
</div>
CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-35329812542776075382013-02-06T17:06:00.001-08:002013-11-02T14:04:22.828-07:00MAPA DE ERRÂNCIAS 1<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2PUy7DFnsU2SyVkskldt6vZCwy6Do9HyH7Vd_x8SDwLzRKrOYzT7dpEs47wvr_rDVFe5BKBd1fW6qmnJa2z7lIwCccFK36oq257AI6WvWzffsI95iRksU1TzYsw98IKy-J4T5EJ1dfz8v/s1600/Nilto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2PUy7DFnsU2SyVkskldt6vZCwy6Do9HyH7Vd_x8SDwLzRKrOYzT7dpEs47wvr_rDVFe5BKBd1fW6qmnJa2z7lIwCccFK36oq257AI6WvWzffsI95iRksU1TzYsw98IKy-J4T5EJ1dfz8v/s1600/Nilto.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4XHfHrcNvn56WE7_4XUQA-XruyDToNeObU4UODjuKkXn1I2Y5edH3CR34okSBA3UtXJ_mT92w5_bYnncYbKpeBLK-MKJ1TLVrQCNoS5knXPOCD_bTh6u9pMqXZEhaqK_m4JbaXZmTMpq9/s1600/N%C3%B3brega.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4XHfHrcNvn56WE7_4XUQA-XruyDToNeObU4UODjuKkXn1I2Y5edH3CR34okSBA3UtXJ_mT92w5_bYnncYbKpeBLK-MKJ1TLVrQCNoS5knXPOCD_bTh6u9pMqXZEhaqK_m4JbaXZmTMpq9/s1600/N%C3%B3brega.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-size: large;">Recebi, por esses dias, livros dos conterrâneos Nilto Maciel (<i>Menos vivi do que fiei palavras</i>) e Carlos Nóbrega (<i>Lápis branco</i>). Ambas as obras publicadas pela editora Penalux, de São Paulo (selo Castiçal, para prosa; selo Candeeiro, para poemas). Edições caprichadas. Nilto Maciel trouxe a lume elucubrações literárias anotadas no tempo em que morou em Brasília. Delicio-me com textos dessa natureza. Revelam e disfarçam idiossincrasias. Gostei de tê-lo recebido. Carlos Nóbrega, meu nobre xará, segue afiado em seus minipoemas. Lírico, existencialista e observador microscópico dos detalhes da vida, continua sendo o meu poeta predileto, juntamente com Drummond, Bandeira, João Cabral, Francisco Carvalho, Quintana e Manoel de Barros. </span></div>
CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-50173983934604142712012-06-11T17:43:00.000-07:002013-02-06T17:41:12.001-08:00SILÊNCIOS E VOZES DE FRANCISCO CARVALHO, POETA DE CONCHA E RUMOR*<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeO8MBeYSd3Cb7jQLGlzeHB0nIdBm_8vhwctd4MolHtZjZKI68aU5nxAmBY035FVhMlBt_c9ttNl5kFozrYe5zn3MRfTgrbXcdADWGSa5fZePApQ7_C4dbPfWK6h_BT9eJQ-RMkzjiLK-j/s1600/FranciscoCarvalho.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeO8MBeYSd3Cb7jQLGlzeHB0nIdBm_8vhwctd4MolHtZjZKI68aU5nxAmBY035FVhMlBt_c9ttNl5kFozrYe5zn3MRfTgrbXcdADWGSa5fZePApQ7_C4dbPfWK6h_BT9eJQ-RMkzjiLK-j/s320/FranciscoCarvalho.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<span style="font-family: MyriadPro, serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">Uma ode em prosa ao poeta que, ao anunciar a falta de sentido da poesia, luta pela utopia da palavra</span><br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.75pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: MyriadPro, serif; font-size: 12pt;">Carlos Vazconcelos</span></b><span style="font-family: MyriadPro, serif; font-size: 12pt;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.75pt; margin-bottom: 13.5pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: MyriadPro, serif; font-size: 12pt;">ESPECIAL PARA O POVO (10/6/12)</span></b><span style="font-family: MyriadPro, serif; font-size: 12pt;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.75pt; margin-bottom: 15pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Nem poeta municipal nem poeta federal, poeta de Língua Portuguesa, desses que elevam a expressão poética da flor do Lácio ad infinitum. Em um mundo globalizado, que transformou tempo em ouro, sexo em luxo e liberdade em utopia, a humanidade necessita de poetas que lutem contra a pedra no caminho, que sonhem com Pasárgada, que cantem porque o momento existe; poetas que mirem as coisas mínimas, pois quem não há de desconfiar que não existem coisas máximas, exceto o respirar tão frágil e o fechar dos olhos tão miúdo depois da cortina da noite?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.75pt; margin-bottom: 15pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Que acontece quando silêncios e vozes se entretecem? A poesia. E se o poeta é da estatura de Francisco Carvalho? A celebração. O que leva um teatro inteiro a declamar versos? O êxtase. Nos dias 21 e 22 de maio, no IV Seminário SESC Revelando a Literatura Cearense, celebramos os silêncios e vozes do poeta Francisco Carvalho. Instigamos e vimos o teatro inteiro declamando poesia, vozes de todas as idades e tons, a ala de cima, a ala de baixo, alunos, professores, escritores, leitores e simpatizantes, todos repetiram, como em oração, a “Canção do Irmão”: “Alguém tem de celebrar a paz/ pelos que pelejam/ Alguém tem de assumir a infância/ pelos que não sonham/ Alguém tem de rezar um salmo/ pelos que morreram/ Alguém tem de escrever um verso/ pelos que não amam”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.75pt; margin-bottom: 15pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Francisco de franciscana vaidade e fortuna crítica estelar. Que alguém ainda não diga que poesia não se põe no púlpito. Repitamos com Carvalho esse paradoxo: “Fazer um poema não é dizer coisas profundas. É ver as coisas como as coisas não são”. É nessa gratuidade que reside todo o legado da poesia, desde Homero, desde Dante, desde o primeiro fiat lux. Poeta silencioso em seu estar no mundo, Carvalho atinge plena eloquência na sua poética, pois composta de vozes e de silêncios, aqueles silêncios de ouro, que valorizam as palavras. Silêncios a la Mallarmé, que dão voz aos anjos, que dão alma aos objetos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.75pt; margin-bottom: 15pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Poética que decanta o fracasso da palavra enquanto sublima a língua: “A aranha não tece em vão/ sua secreta parábola/ em vão gastamos o ferro/ o ouro da nossa fala.” Poética que discorre sobre a inutilidade da poesia enquanto pratica sua essência: “O sentido da poesia é não ter sentido algum”. Poética que consagra o abismo enquanto constrói a ponte: “Alguns me lembram que ainda/ existe a possibilidade do amor./ Mas o amor não é uma saída/ o amor é um mergulho.” Poética que desromantiza o poema para altear a voz contra o sistema: “Quebra o teu alaúde de poeta romântico/ quebra o cristal dos teus desvarios/ e vai semear esperança nas favelas/ de pés descalços e olhos vazios”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.75pt; margin-bottom: 15pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Poesia que esvoaça como o vento mas é sólida como a pedra, que esmiúça o cotidiano mas flerta com o metafísico, que se nutre com o erudito mas desabotoa o fardão, que decifra a esfinge mas elabora o próprio enigma. Adolfo Casais Monteiro parecia falar de Carvalho quando escreveu que “o artista-poeta é aquele que do fundo dos seus abismos e do alto dos seus céus nos comunica a expressão da sua essencialidade humana”. A poesia de Francisco Carvalho diz muito quando emudece e às vezes é impactante como as sentenças do Velho Testamento: “Perde teu olho/ mas não perde a tua liberdade”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.75pt; margin-bottom: 15pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Nobre poeta de carvalho e nuvem, que floresce a cada livro para ofertar a todos o imenso banquete da poesia. Nos seus oitenta e cinco anos, celebraremos os séculos que se derramarão sob o porvir dos teus poemas. Nessa pastoral dos dias maduros, sob a rosa dos minutos que se alongam, repetiremos com você que “ser poeta é repartir o pão com os humilhados e ofendidos, ser poeta é fingir que o sonho é real e acreditar que a pedra pode se transformar em pássaro”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.75pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: MyriadPro, serif; font-size: 12pt;">Carlos Vazconcelos</span></b><span style="font-family: MyriadPro, serif; font-size: 12pt;">, escritor e mestrando em Literatura pela Universidade Federal do Ceará.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">*Título original não incluído na publicação.</span></b></div>
CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-22565129178287427452012-03-15T04:28:00.002-07:002012-03-15T04:36:23.861-07:00AO POETA FERNANDO CÂNCIO, EM SEUS 90 ANOS DE VIDA<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOnmnXpBuwN80Gr1D-3829aYokhCJAVp8XoI3nSEHbc0Zq1lnBHZ4ilzTYs7_UipuG02P5m0rEdIjqLHShYdHYB_aBO1uMLQe8blgy13KC0cJn2W0UpXU_1P8RDJy10YKxhF-OLQjm1l0_/s1600/Fernando+C%C3%A2ncio+montagem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img aea="true" border="0" height="219" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOnmnXpBuwN80Gr1D-3829aYokhCJAVp8XoI3nSEHbc0Zq1lnBHZ4ilzTYs7_UipuG02P5m0rEdIjqLHShYdHYB_aBO1uMLQe8blgy13KC0cJn2W0UpXU_1P8RDJy10YKxhF-OLQjm1l0_/s320/Fernando+C%C3%A2ncio+montagem.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">ONTEM, 14 DE MARÇO, DIA DA POESIA, FOI TAMBÉM ANIVERSÁRIO DO POETA FERNANDO CÂNCIO, UM GRANDE AMIGO, UM EXEMPLO DE SER HUMANO, UM JOVEM DE 90 ANOS. A ELE DEDIQUEI ESTE POEMA, EM NOME DE TODOS OS COMPANHEIROS DA <em>CEIA LITERÁRIA</em>:</span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span><br />
<br />
por Carlos Vazconcelos<br />
<br />
<br />
Hoje trago versos<br />
<br />
No meu matulão<br />
<br />
Trago uma oferenda<br />
<br />
Modinha e canção<br />
<br />
Fiz uma comenda<br />
<br />
E andei compondo<br />
<br />
Pastoral, parlenda<br />
<br />
Para o seu Fernando<br />
<br />
<br />
<br />
Hoje trago versos<br />
<br />
No meu embornal<br />
<br />
Madrigal, balada<br />
<br />
Trovas e um luau<br />
<br />
E uma embolada<br />
<br />
Que vim preparando<br />
<br />
Por toda a estrada<br />
<br />
Para o seu Fernando<br />
<br />
<br />
<br />
Hoje trago versos<br />
<br />
Na minha algibeira<br />
<br />
Trago um pôr-do-sol<br />
<br />
Trago uma roseira<br />
<br />
E um rouxinol<br />
<br />
Que já vem cantando<br />
<br />
Desde o arrebol<br />
<br />
Para o seu Fernando<br />
<br />
<br />
<br />
Hoje trago versos<br />
<br />
Dentro de um grajau<br />
<br />
Marchinha, cantata<br />
<br />
Velho carnaval<br />
<br />
E uma serenata<br />
<br />
Com todos tocando<br />
<br />
Com viola e flauta<br />
<br />
Para o seu Fernando<br />
<br />
<br />
Hoje trago versos <br />
<br />
No meu caçuá<br />
<br />
Balaio de imagem<br />
<br />
Alforge e patuá<br />
<br />
Rimas na bagagem<br />
<br />
Que vou ofertando<br />
<br />
Como homenagem<br />
<br />
Para o seu Fernando<br />
<br />
<br />
<br />CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-35589758282266530832012-01-27T05:14:00.000-08:002012-01-27T06:00:26.769-08:00LEITORES<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnBVz829Rteahh7mTO7USCtVNhU-wMIXYMsFwLqqU_FKp2nWgnVxeSRtOPtTCZ1MKyVm_HbsyWztkwACIyOskhiWn-r_y7zs9v4MA8lnB_iJg_N0cTSyYoAl3jmE26KmWYxOyhuXNcuXMJ/s1600/Leitorcontumaz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnBVz829Rteahh7mTO7USCtVNhU-wMIXYMsFwLqqU_FKp2nWgnVxeSRtOPtTCZ1MKyVm_HbsyWztkwACIyOskhiWn-r_y7zs9v4MA8lnB_iJg_N0cTSyYoAl3jmE26KmWYxOyhuXNcuXMJ/s320/Leitorcontumaz.jpg" width="238" /></a><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Esta semana ganhei alguns presentes feitos de palavras. E dos mais comoventes e gratificantes foram os que abaixo transcrevo:</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"></span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><strong>Mundo dos Vivos</strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">(Autor: Silas Façanha) </span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">No livro, nos textos</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Um lugar de conflitos</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Os mais perversos segredos</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">O mundo dos vivos</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Livro crônica</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Com vários elos</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Na escrita harmônica</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">De Carlos Roberto Vazconcelos</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Demonstra nos textos</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Com um jeito profundo</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">O amor, o terror</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">No nosso mundo</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Parabéns pelo livro</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Parabéns pelo trabalho</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Sinceramente eu digo:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Estou encantado</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">___________________________ </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">“Prezado Carlos Roberto: acabo de ler embevecido o livro de sua autoria Mundo dos Vivos/contos. De quando em quando, sou surpreendido aqui no Ceará pelo lançamento de obras literárias do mais elevado nível. A ponto de levarem a esta reflexão – a de que se tais textos fossem publicados por exemplo em São Paulo, por editora de prestígio, os autores se afirmariam como nomes nacionais: o caso de um Marcos Frota. Agora, o caso desse Amigo. Sua obra nasceu da convergência do sociólogo, do psicólogo e do mestre no domínio da palavra, surgindo dessa liga livro realmente fascinante. Vá em frente. Continue administrando o talento, em vez de, como aquela figura bíblica, enterrá-lo; antes, pondo-o a serviço dos leitores, expressão tangível da sociedade. Parafraseando João Paulo II, <em>sobre todo talento pesa uma hipoteca social</em>. </span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Cordialmente, Pádua Ramos”*</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">___________________</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">O poema é do pequeno-grande <strong>Silas Façanha</strong>, depois de atenta leitura do livro <em>Mundo dos vivos</em>.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Silas Façanha é um garoto de 12 anos, ávido leitor e contumaz operário das letras, que passou a frequentar recentemente o Abraço Literário. Esse menino vai longe, pois escreve, recita e cultiva uma paixão espontânea pela Literatura. Viajou conosco para Ipu (sob responsabilidade dos pais), quando participou do I Encontro Cearense de Escritores, promovido pelo SESC, AILCA e ACE. Assistiu ponderadamente a todas as palestras, recitou versos e deu depoimento. Dentro do ônibus, já de volta, pedi que criasse coragem e lesse para mim o poema inspirado no livro.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">O outro regalo veio da parte do <strong>Dr. Pádua Ramos</strong>, com quem trabalhei de Redator na FIEC pelos idos da década de 1990. Entreguei-lhe o livro há cerca de 2 anos, quando o encontrei na rua. Que grata surpresa a minha quando recebi um telefonema e depois um e-mail com algumas considerações sobre o livro Mundo dos vivos. No momento da ligação, não nos lembrávamos um do outro. Com o decorrer da conversa, foi mais grata ainda a surpresa quando descobri que aquele que se dava ao trabalho de me ligar para comentar meu livro era o Sr. Pádua Ramos, uma das pessoas mais importantes na minha trajetória de vida, grande leitor, dessas pessoas que a gente não esquece pela força do caráter, da inteligência e da cordialidade.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">As palavras que ora compartilho neste blogue (e peço desde já a licença de ambos os amigos) me deixam feliz e, por outro lado, só reiteram meu compromisso com a Literatura e com o ato de escrever, hábito que me acompanha desde tenra idade. Não vai aqui nenhuma afetação, apenas um contentamento pessoal e, por oportuno, minha justa homenagem aos dois companheiros de jornada terrena.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: xx-small;">*Professor da UECE, ex-Superintendente Geral da FIEC, ex-Secretário do Planejamento (Ceará e Piauí).</span></div>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-91852743584623076392012-01-20T04:29:00.000-08:002012-01-20T05:09:45.525-08:00ERA UMA VEZ NO OESTE<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzEk7eRIuBNl9igcHS49gUg6UN5ngUBMQVLEfcVJ4ppIKkXg2qZnHihJ94k61AZ2hRdJOSPrpseu2zBhSdijgs7d5F4l6lH4OO21hH-Xm9Tk23baWoLT_k5alo120nZFDsCTFKO8Jl-VfW/s1600/Era+Uma+vez+no+oeste-montagem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" nfa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzEk7eRIuBNl9igcHS49gUg6UN5ngUBMQVLEfcVJ4ppIKkXg2qZnHihJ94k61AZ2hRdJOSPrpseu2zBhSdijgs7d5F4l6lH4OO21hH-Xm9Tk23baWoLT_k5alo120nZFDsCTFKO8Jl-VfW/s320/Era+Uma+vez+no+oeste-montagem.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
O diretor Sérgio Leone, o rude olhar de Charles Bronson, a beleza estonteante de Claudia Cardinale</div>
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Por Carlos Vazconcelos</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Três sujeitos carrancudos se apossam da erma estação de Flagstone. Há um encontro marcado. A espera se desenrola por longos catorze minutos em que se ouve uma sinfonia de sons triviais, espécie de trilha sonora a embalar o tédio dos intrusos: o moinho a ranger com lentidão, uma goteira sobre o chapéu, o estalar de dedos, o zumbido intermitente de uma mosca. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Quando o trem estaciona não desce ninguém. A parada é rápida e o apito ecoa novamente anunciando a despedida do cavalo de ferro. Os três comparsas ensaiam dar meia-volta, mas param perplexos ao escutarem um som de gaita. Essa toada sempre prenunciará o tom soturno da morte. Por trás da gaita um homem de olhar lancinante.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">“Trouxe um cavalo para mim?”</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">(Risos) “Parece que falta um cavalo.”</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">“Não. Trouxeram dois a mais."</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Assim começa o maior faroeste de todos os tempos, capaz de deleitar qualquer espectador: <em>Era uma vez no Oeste</em>, dirigido por Sérgio Leone, com música de Ennio Morricone, estrelado por Henry Fonda, Charles Bronson, Cláudia Cardinale e Jason Robards. Filme silencioso, com poucos mas inteligentes diálogos. Não há palavrórios nem tiros ao vento. Toda bala deverá ter um endereço. Os closes das fisionomias e a amplitude das belas paisagens se alternam, mostrando que tanto nos escaninhos das faces quanto nas sinuosidades dos caminhos estão escritas muitas histórias.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">No final dos anos 1960, o gênero faroeste entrava em decadência. Leone estourara as bilheterias com o sucesso do chamado Cinema Spaghetti, principalmente na famosa Trilogia dos Dólares: <em>Por um punhado de dólares</em>, <em>Por uns dólares a mais</em> e <em>Três homens em conflito</em> (ou <em>O bom, o mau e o feio</em>), que revelara o grande Clint Eastwood (“Eu gosto de Clint Eastwood porque ele só tem duas expressões faciais: uma com o chapéu e outra sem ele.” – brincou certa vez Sérgio Leone). O diretor italiano preparava seu novo e ambicioso projeto. Tratava-se de <em>Era uma vez na América</em>, saga italiana sobre a máfia, outra obra-prima do cinema italiano. Mas a Paramont fez uma imposição: só arcaria com os custos do novo filme de Leone se este prometesse que produziria antes outro faroeste. Leone aceitou e provou que uma obra-prima pode ser realizada sob encomenda, sem prejuízo para a arte. <em>Era uma vez no Oeste</em> é de 1968. <em>Era uma vez na América</em> ficou congelado até 1984. Leone sempre quis provar que o gênero faroeste não é apenas entretenimento.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Os quatro atores principais estão impecáveis em seus papéis e cada um singulariza com traços fortes seu personagem. Henry Fonda é o inescrupuloso bandido Frank. Até então, Fonda só interpretara mocinhos, e esta é uma das surpresas do filme. Seu primeiro close é de perfil. Fã nenhum poderia acreditar. O surpreendente Leone faz girar a câmera e revela para o espectador (sem dúvida extasiado) os olhos azuis de Fonda, a boca cheia de fumo, um meio sorriso cínico. Isso depois de haver exterminado uma família inteira, inclusive o pequeno Timmy, que saiu do casarão assustado com a chacina, mas não poderia permanecer vivo porque um dos comparsas deu com a língua nos dentes: </span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">“O que vamos fazer com ele, Frank?” </span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">“Já que falou meu nome...” (Uma cusparada e... bangue!) </span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Tudo isso sob uma bonita e angustiante melodia de Morricone. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Charles Bronson é o mais misterioso dos personagens. Aparece na sombra e maneja dois instrumentos com igual frieza e talento: uma gaita e uma colt. É descendente de índios, impassível como uma pedra e passa a ser chamado “O Gaita” (ou “Harmônica”, e cuja interpretação inicialmente deveria ser de Clint Eastwood). </span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Jason Robards interpreta Cheyenne, tipo de vilão romântico, e faz contraponto com a solidez inarredável do Gaita. Entra na briga quando descobre que a quadrilha do impiedoso Frank está cometendo atrocidades e espalhando vestígios falsos, para culpar seu bando e pôr a polícia nos seus encalços. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Cláudia Cardinale é a bela prostituta Jill, que resolve sair do luxo de Nova Orleans para se casar com McBain, um visionário irlandês, homem bem-intencionado, cuja mente viaja mais depressa do que o progresso e projeta no futuro sua fortuna. Pela primeira vez, num faroeste, Leone dá relevo a uma personagem feminina, peça fundamental no conflito. Movidos por interesses distintos, Cheyenne e Gaita “assinam” um acordo tácito para destruir a vilania de Frank e sua tenebrosa malta. Frank “trabalha” para Morton (Gabriele Ferzetti), um homem ganancioso, que mal consegue se manter de pé devido a uma doença nos ossos, e habita um luxuoso vagão de trem. Mas Frank é muito orgulhoso para receber ordens de um “patrão” aleijado.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Era uma vez no Oeste é o resultado da união primorosa entre direção, atuação, trilha sonora e fotografia. Simplesmente uma aula de narrativa. A cena do duelo final, entrecortada por <em>flashbacks</em> reveladores, com tempo retardado para alimentar o suspense, é notável. Aliás, o duelo tem dupla conotação, pois há simultaneamente ao movimento dos corpos o confronto dos olhares, num jogo de câmeras que permitem closes extremos, exacerbados, como nunca se viu na história do cinema. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Com esta película, Sérgio Leone faz citações intencionais e presta homenagem a outros grandes filmes e diretores: <em>Rastros de ódio</em> e <em>O cavalo de ferro</em> (John Ford), <em>Matar ou morrer</em> (Fred Zinnemann), <em>John Guitar</em> (Nicholas Ray), etc. O filme é um nostálgico aceno de adeus, ao gênero, aos durões, a uma maneira de se produzir cinema, como o faria mais tarde, bem mais tarde, Clint Eastwood com <em>Os imperdoáveis</em>.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Se o filme é “uma dança da morte”, nas palavras do próprio Sérgio Leone, a dança dura, em sua versão completa, quase três horas (Por falar em morte, uma curiosidade: Al Mulock, que interpretou um dos três pistoleiros da cena inicial, suicida-se no set de filmagem).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Obrigatório até para quem pensa que não curte o gênero bangue-bangue, pois ninguém resiste a uma narrativa bem contada. Mas talvez fique a pergunta: e não há nada que o desabone? Como, se tudo no filme é eloquente, épico, grandioso, até mesmo (ou principalmente) os pormenores?</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"></span>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-82625814942665183182012-01-12T13:10:00.000-08:002012-01-12T13:39:01.175-08:00LIÇÃO DE LIBERDADE<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT95m9f8mlW0qgYS2JyvGeKCrL5Oe-XR00DZqY6d1FDxbxuVdFH67rZcrrh71jSO53LktJdXcBJovODIOBGyvfGfSAs5gbNzMsALZzllu5E3vwgkiWRkLEd2KilcOOcdqbP8O37vpGWTrG/s1600/Caub%25C3%25B3i.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" kba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT95m9f8mlW0qgYS2JyvGeKCrL5Oe-XR00DZqY6d1FDxbxuVdFH67rZcrrh71jSO53LktJdXcBJovODIOBGyvfGfSAs5gbNzMsALZzllu5E3vwgkiWRkLEd2KilcOOcdqbP8O37vpGWTrG/s320/Caub%25C3%25B3i.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">por Carlos Vazconcelos</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Um amigo me contou que seu pai, ao vir passar uns dias com ele na capital, comentou mais ou menos assim: “Meu filho, eu não gosto daqui porque a vista da gente termina cedo, bate num muro, ou numa casa, parece que quer voltar pra dentro dos olhos. No interior não, tudo é a perder de vista!” O interior de que ele fala é propriamente o campo, nicho primitivo do homem, onde terra e céu parecem dar as mãos, onde as retinas não encontram obstáculos para a sua liberdade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">E foi pensando em liberdade, <em>essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que a explique, e ninguém que não entenda</em>, como disse Cecília Meireles, que compreendi perfeitamente a queixa do pai do meu amigo. A liberdade começa pela vista, ou melhor, pelo alcance da vista. É por isso que amamos o mar. Mar é sinônimo de liberdade, é antítese de limite. Uma vez à beira-mar, já nos sentimos viajantes. O segredo é levantar os olhos. Antigos marinheiros, mui amantes da liberdade, inconformados com o infinito, achando pouco o imensurável, atiraram-se por oceanos nunca dantes navegados e foram além da Taprobana ou do Bojador. Para eles, <em>liberdade</em> e <em>felicidade</em> eram mais do que uma rima. Estava criada a expressão além-mar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Comparo cidade sem mar com casa sem quintal. Limita os movimentos, suscita a claustrofobia. Toda cidade deveria possuir pelo menos muitas praças e, se possível, um bosque. Tudo isso traduzido chama-se liberdade, muito embora liberdade não seja apenas isso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Nas décadas de 1960 e 1970, filmes de faroeste faziam grande sucesso. Homens montados em cavalos viviam as mais bravas aventuras, soltos pelas pradarias, montanhas e vales, sempre a divisar um rio valente ou uma planície sem fim.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Por que razão tais películas exerciam tão mágico efeito sobre os espectadores? Acredito que um dos motivos era exatamente a tal liberdade. Já observaram como a paisagem do Velho Oeste é ampla? Quem não gostaria de estar na pele do herói, solitário ou não, a varar o mundo sem preocupação com horário, tempo bom ou ruim? Mesmo sabendo que nem tudo é bonança na vida do caubói, o público se identifica com a sua liberdade. O caubói é o sujeito mais livre do mundo e só tem na vida três compromissos: manter-se vivo, municiar sua arma e alimentar seu cavalo. O resto vem de sobeja: algumas belas mulheres, o frescor do riacho de águas límpidas, um novo sol a cada dia e, principalmente, a paisagem infinita a perder de vista.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Já escafandristas e astronautas não me remetem à liberdade. São monitorados, controlados, assistidos e dependem de indumentária complicada. Para respirar necessitam de aparelhos de oxigênio e de alguém que os controle. Na maioria das vezes sua paisagem é monótona e seus movimentos restritos. Não, definitivamente, isso não é liberdade. Só a paisagem a perder de vista faz a alma se encontrar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">O homem constrói sacadas, torres e mirantes, inventou binóculos e lunetas, porque entende que a liberdade entra pelos olhos. Decerto descobrirá também que ela só frutifica quando semeada no solo da alma. Quando todo homem aprender essa lição de liberdade, poderá subir aos píncaros dos Andes (como diria Castro Alves) e repetir com Chaplin estas palavras do discurso final de O Grande Ditador:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>Levanta os olhos, Hannah! A alma do homem recebeu asas e finalmente começou a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Levanta os olhos, Hannah! Levanta os olhos!</em></span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Fortaleza, 2006</span></div>
<span style="font-size: large;"></span>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-49933159161018860102012-01-05T05:48:00.000-08:002012-01-12T13:39:57.075-08:00“Não farás para ti imagem...”<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-2kF2HYMLyF0/TwWpcwyW4PI/AAAAAAAAAgA/VWbV3btECpU/s1600/Ren%25C3%25A9Magritte-o+duplo+secreto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" rea="true" src="http://3.bp.blogspot.com/-2kF2HYMLyF0/TwWpcwyW4PI/AAAAAAAAAgA/VWbV3btECpU/s320/Ren%25C3%25A9Magritte-o+duplo+secreto.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
René Magritte, O duplo secreto, 1927</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus?, perguntaram-me a título de provocação. Tenho minhas dúvidas. Para começar, considero-me agnóstico, e como tal, não formularia jamais “uma” imagem de Deus (física ou não). Não tenho imaginação tão fértil. Somos fragmentos do universo, apenas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">O religioso em geral tende a ser antropocentrista. O homem seria o centro do universo, a criação por excelência, digna da atenção minuciosa e irrestrita do Deus Soberano. “Um cabelo que cai é da responsabilidade de Deus.” E é, se tomarmos Deus como o responsável pelo universo avaliado como um sistema complexo, além da nossa compreensão.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Aderir à ideia da semelhança é como criar um espelho. Olho Deus e me vejo ou olho-me e vejo a Deus. É algo narcisista: minha imagem me seduz.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Isto me faz lembrar Costa Matos, poeta cearense. Quanta profundidade nestes versos tão singelos, aparentemente destituídos de beleza, mas tão aplicáveis ao palco, ao púlpito, ao palanque:</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>A multidão aclamará </em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>Rei</em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>o homem que se apresentar</em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>vestido de espelhos.</em></span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Segundo o filósofo Xenófanes (nascido por volta de 570 a. C.), o homem é que criou Deus (ou os deuses) à sua própria imagem e semelhança.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">A religião instituída, dogmatizada é a acomodação das ideias. Diferentemente do filósofo ou do cientista, que está sempre sujeito aos abalos sísmicos da dúvida, o religioso alcançou seu porto seguro, adquiriu respostas para todos os problemas e, pior ainda, não tem mais perguntas a formular. Este mundo já lhe foi contado em miúdos, e o outro também.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">O ser humano não nasceu com o dom de compreender todas as coisas, mas tem necessariamente a vocação da procura. Ciência é procura. Filosofia é procura. Arte é procura. Só a religião é que é certeza? Quanto mais buscamos respostas mais encontramos mistérios. Definir é reduzir. Por isso Deus não cabe em definições. Eu só consigo percebê-lo como um ser imenso, incognoscível. Kalhil Gibran sabia disso ao afirmar:</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>Quando um de vós ama, que não diga: “Deus está no meu coração”, mas que diga antes: “Eu estou no coração de Deus”.</em></span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Se fomos criados à imagem e semelhança de Deus, não seria Deus egoísta... e invejoso... e falador da vida alheia... características tão pertinentes a esse espectro chamado homem? Ah, mas me diriam: o homem deturpou-se pelo pecado original. Antigamente, eu acreditava no homem como uma criatura a caminho da luz. Mas hoje em dia não é fácil, se olho os escombros ao redor. Uma coisa é certa, não pretendo recair no velho equívoco, o de apregoar o absoluto, pois quem pensa conhecer a verdade absoluta deve estar absolutamente enganado.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Não consigo conceber um Deus que caiba na palma da minha mão, explicadinho, analisado ou antropomórfico. No entanto, respeito a experiência interior do encontro com Deus, sem o contraponto necessário da decifração, porque aí eu pretensiosamente passaria por semideus. <em>Nada deixa de existir por ser incompreensível</em>, registrou Blaise Pascal. </span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Einstein, que além de cientista era um humanista, e pôs abaixo a premissa obsoleta de que a ciência se opõe à fé, declarou:</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>Saber que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional, radiantemente belo, algo que compreendemos apenas de forma rudimentar – esta é a experiência que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e neste sentido somente, eu pertenço aos homens profundamente religiosos.</em></span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">A compreensão de Deus requer acima de tudo humildade, para que não saiamos por aí de dedo em riste, a apontar o argueiro no olho do irmão, porque nesta hora sim, precisaremos de espelho para enxergar a trave transpassada em nosso próprio olho.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Contudo, prefiro dizer que entre a avidez dos filósofos, a exatidão dos cientistas, a convicção dos teólogos, fico com a dúvida do poeta: </span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma</em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>e sobre a criação do mundo?</em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>Não sei. Para mim, pensar nisso é fechar os olhos,</em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>porque a luz do sol vale mais que os pensamentos</em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>de todos os filósofos e de todos os poetas.</em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">(Fernando Pessoa)</span></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span><br />
<span style="font-size: large;">por Carlos Vazconcelos, março/2006</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span><br />
<br />CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-57910588547308198632011-09-19T09:33:00.000-07:002011-12-02T04:01:09.038-08:00ENCONTRO COM O BELTRÃO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFaAG5Eal7wcSUOJKZ6fmuMTNaV16VLkxo2BOacn58V5DfirswNqQemL0Lvjxtbox3eZ27fQ332PgCiNKpveWqgQwJfM0VE2q1DeMBy5GKht2zKJ1rzrHqgwzWW9NvEgo87WCHDsP8nQO6/s1600/002.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" rba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFaAG5Eal7wcSUOJKZ6fmuMTNaV16VLkxo2BOacn58V5DfirswNqQemL0Lvjxtbox3eZ27fQ332PgCiNKpveWqgQwJfM0VE2q1DeMBy5GKht2zKJ1rzrHqgwzWW9NvEgo87WCHDsP8nQO6/s320/002.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana, sans-serif; text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #444444; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Programa Sem-Fronteiras, Plural pela Paz</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana, sans-serif; text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #444444; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">(Rádio Universitária de Fortaleza - UFC)</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia0xDwdIcZTLZnNlDx5dTXTmtY7VAcE_qOrG5BdXYVMImxWeaBYMcRp_kAVGf_bnIUC2EYOwjeEhFh3SsfhTtezWUKcD8kgmj8XwUYrDZW8-h9vkBqpYPUyYo1WJQRD4VhYRs7M_SWZlf4/s1600/0011.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="223" rba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia0xDwdIcZTLZnNlDx5dTXTmtY7VAcE_qOrG5BdXYVMImxWeaBYMcRp_kAVGf_bnIUC2EYOwjeEhFh3SsfhTtezWUKcD8kgmj8XwUYrDZW8-h9vkBqpYPUyYo1WJQRD4VhYRs7M_SWZlf4/s320/0011.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana, sans-serif; text-align: center;">
<span style="color: #444444; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Clique nas imagens para ampliá-las.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #444444; font-family: Georgia;">por Carlos Vazconcelos</span></div>
<span style="color: orange; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: orange;"></span></span><br />
<div style="color: #b45f06;">
<span style="color: #666666; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><i>"Tem gente que veio pra ficar (...)</i></span></div>
<div style="color: #b45f06;">
<span style="color: #666666; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><i></i></span></div>
<div style="color: #b45f06;">
<span style="color: #666666; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><i>A casa nossa de cada dia</i></span></div>
<div style="color: #b45f06;">
<span style="color: #666666; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><i>tem coração."</i></span></div>
<div style="color: #b45f06;">
<span style="color: #666666; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><i><b>Henrique Beltrão</b></i></span></div>
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">A convite do Poeta, Compositor e Professor Henrique Beltrão, sábado passado (17/9/11), participei do Programa Sem-Fronteiras, Plural pela Paz, na Rádio Universitária.</span> <br />
<div style="color: #b45f06; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Beltrão é figura ímpar, mas sua mente é plural. Sempre sorridente e muito cortês, seu abraço é amplo porque seus gestos apenas traduzem de maneira espontânea sua espiritualidade. Eu já era ouvinte do programa, cuja proposta é evidenciar os valores culturais da terra, é cultuar a música de qualidade e a poesia, é instigar a boa conversa. Falamos sobre o projeto Bazar das Letras, sobre o livro Mundo dos vivos e sobre as amizades. Recitamos versos, tiramos fotografias, autografamos e sorteamos livros. Ao final, recebi belíssimo presente, o CD Cândidos, interpretado pela Simone Guimarães, todo com músicas de Isaac Cândido. A casa nossa (faixa mais bela, juntamente com Além das fronteiras), é uma parceria do Cândido com o Beltrão e tem participação vocal de Raimundo Fagner. As duas músicas vieram para ficar, são daquelas que batem no córtex cerebral e descem de imediato para o compartimento do assovio. Foi uma tarde muito proveitosa, porque a arte foi celebrada, as almas foram tocadas e o silêncio, o tão precioso silêncio, só foi substituído pelo colóquio das vozes.</span></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Beltrão, meu irmão, nem é preciso pedir que continue assim, porque você é assim, caráter elevado, viajante da poesia, nauta da sensibilidade. Seu coração é uma ampla casa com varanda e quintal.</span></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: orange;"></span>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-67518009140466374722011-08-25T07:33:00.001-07:002011-12-02T04:02:00.269-08:00A EMOÇÃO DE UM PREMIADO<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM43VUXk2emhTYUYAWPpOqM_NC3Wo7WLTYI1KQsfygwnYevcYUFolFt0KYpDLo5qc4N1tf_7TIC0-geHdUQ94j9Mq33mhLSJNHhY3kKWBP4vppSuuN6_ZjZJRtXJmDkMRSCx5HXovFbPQ1/s1600/pANATENEIAS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dda="true" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM43VUXk2emhTYUYAWPpOqM_NC3Wo7WLTYI1KQsfygwnYevcYUFolFt0KYpDLo5qc4N1tf_7TIC0-geHdUQ94j9Mq33mhLSJNHhY3kKWBP4vppSuuN6_ZjZJRtXJmDkMRSCx5HXovFbPQ1/s320/pANATENEIAS.jpg" width="227" /></a></div>
<br />
<br />
<span style="color: #444444;">por Juarez Leitão</span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Quando o telefone tocou, Carlos Vazconcelos imaginou que fosse um novo pedido. Estava acomodado em seu birô no pequeno escritório da bomboniere, cercado de pilhas de embalagens de chocolates, pirulitos, balas de todos os gostos e de todas as cores, no meio daquele cheiro bom de tutti-frutti, aproveitando também o hiato de tempo sem fregueses para pôr em dia as leituras.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Carlos Vazconcelos, graduado em Letras, professor de Português, pensou em melhorar sua renda, aquele dinheirinho curto do magistério, instalando um pequeno comércio de bombons num ponto do quadrilátero da praça do Mercado São Sebastião, no fervilhante bairro do Otávio Bonfim.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Estamos no segundo semestre de 2007. Sua lojinha tem apurado que fica muito aquém das esperanças que o animavam quando se propôs a cultivar aquela atividade paralela, um ganho extra para completar a receita familiar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Com sua imaginação de ficcionista e nefelibata inveterado, chegou a sonhar com prosperidade exuberante, quem sabe um supermercado ou mesmo uma rede deles, a competir com os grandes e a se espalhar pelo país inteiro, um império mercantil empregando milhares de brasileiros e patrocinando atividades culturais. Depois viu que aquela não era a sua praia. As vendas eram acanhadas e os lucros ridículos, depois do pagamento dos encargos, fretes, impostos, energia e telefone. Decididamente, não iria ficar rico e o mais certo seria desistir daquilo, repassar o ponto e multiplicar sua carga horária nas salas de aula, porque, agora sabia, ensinar fora a arte que Deus lhe dera e onde deveria ganhar o pão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Desde menino sentia que estava destinado às letras. Lá no Tianguá, onde nascera, pegou fama de devorador de livros. Na cidade serrana, do vigário ao juiz, todos sabiam que o menino Bebeto iria ser professor e possivelmente um escritor. Quando visitava a biblioteca municipal, murmurava para o seu coração: um dia estas prateleiras vão ter os meus livros, contos e romance de minha autoria... e via, no seu sonho de menino, o dorso dos volumes com o seu nome impresso: Carlos Roberto Vazconcelos. A Serra Grande já dera ao Brasil grandes escritores. Viçosa, o Clóvis Beviláqua; São Benedito, o filósofo Farias Brito; Ubajara, o Raimundo Magalhães Júnior... O clima frio da serra ativava a criatividade. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Quando veio para Fortaleza sabia que estava dando linha para seu destino. Concluiu o curso secundário, foi aprovado no vestibular e, bacharel em Letras, passou a dar aulas. Uma coisa que sempre fez foi escrever. Sempre gostou de rascunhar as idéias que lhe passam pela mente e, revivendo velhas histórias do torrão natal, armar contos com a técnica que aprendeu na faculdade. É um narrador, um bom contador de histórias.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Agora está ali, no calor da tarde, mal acomodado na função de pequeno comerciante, quando toca o telefone. Do outro lado da linha a voz feminina se identifica. É a escritora Regina Fiúza, diretora administrativa da Academia Cearense de Letras, que quer lhe comunicar que ele, o professor Carlos Roberto Vazconcelos, que concorrera com o pseudônimo de Kalil Kaleb, ganhara o Prêmio Osmundo Pontes 2007, categoria contos (O outro vencedor foi o poeta José Telles, na categoria poesia, com a obra Silhueta).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">A notícia o engasgou momentaneamente. Era o entalo da emoção. Respondeu, quando pôde, que se sentia muito feliz por ganhar aquele prêmio, pela importância que representava e por saber que seu livro Mundo dos Vivos fora avaliado e distinguido por uma plêiade de intelectuais da melhor monta. Sabendo, outrossim, que concorrera com dezenas de outros trabalhos, alguns até de autores consagrados, e, mesmo assim, havia conseguido o primeiro lugar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Naquele momento foi arrebatado pelas lembranças de seus sonhos da infância e parecia que o frio da serra, aquele vento gelado da Ibiapaba, lhe tomava o estômago, provocando uma espécie de vertigem. Num círculo enevoado nas imagens que passavam diante dele, viu o pai, a mãe, as tias, os irmãos, as crianças colhendo mangas e pitombas nos Taquari, os vendedores de doce de jaca nas barracas da saída da cidade, o padre Tibúrcio e o bispo Dom Timóteo celebrando a Semana Santa, Das Dores, a lavadeira, e a dona Beta das broas... todos sorrindo e aplaudindo o desempenho do garoto Bebeto, o filho de seu Albercy e da Dona Nadir, que virara escritor na capital e agora estava ganhando prêmios, feito um danado da literatura.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">A noite o encontrou naquele inebriante estado de felicidade, vivendo uma alegria inusitada. Já ganhara outro prêmio literário no ano anterior. Mas o Prêmio Osmundo Pontes era outra coisa, uma verdadeira consagração. Estaria agora fazendo companhia a sumidades da literatura cearense que o haviam antecedido naquela importante premiação. Gente do porte de Costa Matos, Natércia Campos, Batista de Lima, Luciano Maia, Carlos Augusto Viana, Tércia Montenegro e Pedro Salgueiro, dentre outros ilustres.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Naquela noite insone viu o filme do passado e praticou a projeção da noite da entrega do prêmio para os próximos dias, a festa esplêndida no hotel Gran Marquise, anfitrionada por dona Cibely Pontes, todos aqueles convidados, os discursos, os aplausos...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Tempos depois, declarava num depoimento comovido: “Considero o Prêmio Osmundo Pontes um divisor de águas na minha carreira literária, pelo alto conceito que desfruta entre os escritores do Ceará e do país. O Prêmio Osmundo Pontes é o Nobel cearense.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">LEITÃO, Juarez. Panateneias: a história do prêmio Osmundo Pontes. Fortaleza: Premius Editora, 2009, p. 17 a 23.</span></div>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-18259181216517264582011-08-17T10:21:00.000-07:002011-12-02T03:53:57.418-08:00UMA LUZ VERMELHA NO BAZAR<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjreIevWG_Ts-3BtzJJuTJw3YiZpo72vHjtCCXx2ydCj9-0RCwGuCssdPpzkHglpWMLrwFd2BLb1DaskCk4uPS3m2rgpS6gxitLsbf1zKStXRkNxiq1UpK32miZOSTisf4akSqcYkGKejLq/s1600/Bazar-NiltoMaciel-30-8-11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" naa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjreIevWG_Ts-3BtzJJuTJw3YiZpo72vHjtCCXx2ydCj9-0RCwGuCssdPpzkHglpWMLrwFd2BLb1DaskCk4uPS3m2rgpS6gxitLsbf1zKStXRkNxiq1UpK32miZOSTisf4akSqcYkGKejLq/s320/Bazar-NiltoMaciel-30-8-11.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #444444; font-size: x-small;">Clique na imagem para ampliá-la.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /> </div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #444444;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Pedro Salgueiro especial para O POVO, Caderno Vida e Arte (17/8/11)</span> </span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span><span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Há mais de três anos um programa (*) de entrevistas e lançamentos de livros (idealizado pelo grupo de leitura “Abraço Literário” e executado pelo escritor Carlos Vazconcelos) vem mapeando os escritores cearenses com uma competência extraordinária. Todas às últimas terças-feiras de cada mês na Galeria do Teatro Sesc Emiliano Queiroz (Av. Duque de Caxias, 1701) um jovem poeta, uma escritora já consagrada, um teatrólogo de valor, um estudioso da literatura, estará sendo minuciosamente entrevistado pelo competente mediador.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">E são iniciativas como estas, que passam quase despercebidas nos nossos meios de comunicação, que fazem a verdadeira história cultural de um povo.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Mais de 40 escritores passaram por lá, do grande Jorge Tufic à estreante Ana Cristina Moraes, da talentosa Inez Figueredo à jornalista Mônica Silveira, do contista Júnior Ratts ao poeta Elias de França, dos crateuenses Luciano Bonfim e Silas Falcão aos professores Batista de Lima e Aíla Sampaio, só para ficar em alguns poucos nomes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Mas no próximo dia 30 de agosto uma luz vermelha se acederá no Bazar das Letras: o contista e mestrando em Literatura na UFC, Carlos Vaz, vai entrevistar um dos melhores escritores brasileiros da atualidade, o poeta, romancista, estudioso de literatura e principalmente contista Nilto Maciel.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Maciel é o mais importante escritor de sua geração no Ceará, fabulosa geração que nos deu nomes importantes como Gilmar de Carvalho, Airton Monte, Carlos Emílio Corrêa Lima, Barros Pinho, Paulo Veras, Marly Vasconcelos e muitos e muitos outros grandes artistas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Luz Vermelha que se Azula é um livro marcante, de uma inventividade singular; obra mesmo de mestre da narrativa curta. Onde cada conto fica rodopiando em nossas cabeças, como obra inacabada que procura em nós (leitores) parceiros e cúmplices para sua perfeita execução. Contos curtos que se agigantam em nossas mentes, instigando nossas imaginações a continuarem infinitamente as histórias que ele talha, esmera e lima com precisão de artista consciente de seu valioso ofício.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Conclamo a todos os amantes da literatura a, desde logo, marcarem em seus calendários, botarem lembrete em seus celulares, pregarem bilhetinhos na estante, reservando o dia 30 de agosto (uma terça, às 19h, no Teatro do SESC da Duque de Caxias) para irem saber um pouco sobre a brilhante magia desse que é um dos maiores escritores que o nosso Ceará já produziu.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">(*) O projeto Bazar das Letras do SESC, mediado pelo escritor Carlos Roberto Vazconcelos, receberá Nilto Maciel e lançará Luz Vermelha que se Azula, ganhador do Prêmio Moreira Campos de Contos da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará. Informações: (85) 3452.9032</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: orange;"></span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: orange;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: orange;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: black;"></span></div>
<span style="color: orange;"></span>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-39753503548149121062011-08-04T14:36:00.000-07:002011-12-02T03:54:29.252-08:00ZEROS À DIREITA<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #444444;"><em>Fábio Marques (Especial para O Caderno 3 - jornal Diário do Nordeste, 31 de julho de 2011)</em> </span></span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><strong><u>Tema de uma polêmica antologia, organizada por Nelson de Oliveira, os escritores da geração 00 são tema da edição de hoje do Caderno 3</u></strong></span><br />
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Escritores de um novo tempo, os autores que despontaram na confusa primeira década do século XXI se veem confrontados por uma série de desafios. Ora é o papel que vacila, ameaçando sair de cena para dar espaço a novos suportes de leitura, ora é a verborrágica internet, incubadora de novos literatos, que exige a reinvenção diária e, por que </span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">não dizer, a maledicência de antecessores. Tema de uma polêmica antologia, organizada por Nelson de Oliveira, os escritores da geração 00 são tema da edição de hoje do Caderno 3, que navega por uma escrita em busca de identidade e disposta a levar a literatura por mares nunca dantes explorados.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Inspirado pela coletânea "Geração Zero Zero", organizada por Nelson de Oliveira, com contos de autores brasileiros que ingressaram na literatura a partir do ano 2000, o Caderno 3 lançou-se ao desafio de responder a instigante questão: quem faz a nossa Geração 00?</span><br />
<span style="color: black;"><br /></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Assumindo os riscos e as ciladas que assombraram Nelson de Oliveira - questionado sobre os nomes que ficaram de fora e acusado de falacioso e interessado em fazer "marketing literário" - e nos eximindo, de antemão, da intenção de chegar a uma lista definitiva da nova geração cearense, rastreamos algumas dessas mentes literárias que se destacam e começaram a publicar seus textos com o ingresso do novo milênio.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Seguindo a cartilha do bom jornalismo, procuramos alguns escritores cearenses já consagrados, que acompanham a produção literária do Estado para nos ajudar a desvelar essa geração. A primeira conversa é com Pedro Salgueiro, escritor iniciado na década de 1990, autor de livros como "O Peso Morto" (1995) e "Inimigo" (2007), e editor das revistas literárias Caos Portátil (um conhecido celeiro de novos talentos das letras cearenses) e, mais recentemente, Para Mamíferos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Pego de surpresa e assustado com a dimensão e responsabilidade da tarefa, Pedro adverte que o início da década foi uma época de intensa produção literária no Estado, com muitos e bons autores. Como referência, ele utiliza os textos publicados nas duas revistas que edita. "Nessas revistas têm surgido muitos autores bons. Tem muito mais gente boa escrevendo por aí, mas você acaba esquecendo", diz.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Entre os novos contistas, ele cita Carmélia Aragão, premiada pela Secretaria da Cultura do Estado, por seu livro "Vou esquecer você em Paris" (2007). "É uma boa contista, que começou publicando no Caos Portátil. Ganhou um prêmio e está escrevendo outro livro", revela.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Outro bom nome é o jornalista Alan Santiago, autor da coletânea de contos "A Lua de Ur Num Prato de Terra", vencedor do edital da Secult, em 2009, editado pela coleção Rocinante, da conceituada 7 Letras. "Agora, o Alan ganhou uma bolsa da Funarte para escrever um romance", adianta Pedro Salgueiro, que acompanha os passos desta promessas literárias. Ele destaca a inventividade e a pesquisa como traços importantes na obra destes dois jovens autores. "Eles conseguem fugir do somente contar história, têm um estilo bem arrojado", afirma.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Pedro cita ainda Renato Barros de Castro, que também se sai bem escrevendo contos e publicou biografia do jornalista Lustosa da Costa e, recentemente, um livro de crônicas. Outro destaque é Raymundo Netto, que apesar de ter nascido em 1967, bem antes da maioria dos escritores citados como sendo da geração 00, teve seu primeiro livro, o romance "Um Conto no Passado: cadeiras na calçada", outro vencedor de edital estadual, em 2004. "Como a geração é baseada em quando começou a publicar (ele se encaixa)", justifica. O trabalho de Raymundo Netto se destaca pelas referências históricas que utiliza em suas ficções. "É uma novidade em termos de ficção", declara.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Bastante aclamado por Pedro, Dércio Braúna entra na lista dos poetas, destacando-se também por trabalhos acadêmicos sobre literatura. "Ele publicou um livro sobre Mia Couto e a cultura moçambicana. É um estudioso sobre cultura africana em língua portuguesa", descreve. E, ainda entre os poetas, ele cita diversos, como Webson Moura, Ayla Andrade, Mardônio França, proprietário da revista virtual e selo editorial Corsário. Também entre os poetas, Ylo Barroso, Manuel da Fonseca, editor da revista Pindaíba, e o Poeta de Meia Tigela. Este último, destacado por Salgueiro como, indubitavelmente, "um dos melhores dessa geração".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Por fim, ele cita Urik Paiva, "que não tem livros publicados, mas é um bom escritor, muito jovem", e Carlos Roberto Vazconcelos, que escreveu o livro de contos "Mundo dos Vivos".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><u>Geração virtual</u></span></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Professora do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal do Ceará, Tércia Montenegro bateu na trave da Geração 00. Ela publicou o seu primeiro livro de contos "O Vendedor de Judas", em 1998. Tércia não arrisca muitos palpites, certa de que Pedro Salgueiro já teria citado quem também considera importante. Ela complementa, no entanto, a lista com os nomes de Tárcio Pinheiro, autor de "Janela Para o Caos", e Kelson Oliveira.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Tércia reforça a importância da popularização da internet como marco diferencial dessa geração. "Eles têm essa facilidade do suporte da internet, dos blogs, das redes sociais, a descoberta do nanoconto, através do Twitter", aponta. Para ela, apesar de ser utilizada por escritores de todas as gerações, a internet é assimilada com mais naturalidade pelos mais jovens. "Esses autores já nasceram com essa convivência. Coisa que, para nós, requer adaptação, conhecimento", avalia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Ela destaca ainda que essa relação intima com a internet interfere na própria linguagem do grupo, tornando-a mais sincrética com as características da web. "A maioria já nasce impregnada disso. Mesmo que muitos não usem com frequência (a internet), mas são afetadas pela atmosfera da época", avalia. Tércia adverte, entretanto, que uma conclusão mais contundente sobre o assunto só poderia ser tomada com um estudo acadêmico. Esta é a constatação em primeira impressão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O terceiro a nos guiar pelas letras do início do século é o escritor Jorge Pieiro. Ele participou das duas coletâneas Geração 90, de Nelson de Oliveira, e também coedita as revistas Caos Portátil. Apesar de considerar forçado o recorte proposto por Nelson, Pieiro dá dicas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Anna K., Joyce Nunes, Mariana Marques e Natércia Pontes são os nomes que primeiro lhe vêm a mente, como destaques no conto. As quatro lançam em breve um livro coletivo com outros autores, entre os quais, o próprio Jorge, com narrativas sobre Fortaleza.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Ainda que compartilhe com Tércia a opinião de que esses novos escritores são marcados pela internet, Jorge alerta que isso não dá propriamente uma unidade, não cria um movimento para essa geração. "É apenas um condicionamento", ressalta. E como exemplo, ele cita ainda Airton Uchoa. "Estou lendo um romance que ele vai lançar, que é completamente diferente (do que é condicionado pela internet). Ele é verborrágico diante de uma situação que é concisa", revela.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">A relação de novos talentos é extensa e este espaço curto. Como não poderia ficar de fora, completando nossa relação de 21 autores (à exemplo do livro de Nelson de Oliveira), citamos Sidney Rocha. Natural de Juazeiro do Norte e residente no Recife, Sidney é o único autor cearense que participa da coletânea dos Zero Zero. Ele publicou, em 2009, o livro de contos "Matriuska", pela editora Iluminuras. E que mais autores, outros bons escritores dessa geração, venham a nos contestar e ampliar este quadro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><strong><u>A geração que faz o caminho inverso</u></strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Porta de entrada de dez entre dez novos escritores, a internet não tem quebrado o encanto das novas gerações como os velhos formatos do livro e das revistas. </span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Se já da geração de 1990, Nelson de Oliveira compilou o livro "Geração 90: Manuscritos de Computador", na década seguinte, dos 00, à depender da tecnologia, os manuscritos estariam definitivamente digitalizados e o papel seria um mero capricho. O surgimento de inúmeros espaços virtuais para a literatura (que segue se multiplicando em sites, redes sociais, blogs, microblogs) facilitou a propagação de textos literários e o surgimento de inúmeros autores, dispersos em um amálgama confuso e volátil, onde muitas vezes não se sabe quem é o que, nem o que é de quem.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Diante desse caldo ciberespacial, percorrendo caminho inverso aos de 1990 (que migraram do impresso para a internet) os jovens escritores recorrem às mídias mais tradicionais em papel como jornais e revistas literárias, além do livro, como forma de se destacar e fixar seus nomes enquanto autores. Para Jorge Pieiro, que edita a revista Caos Portátil ao lado de Pedro Salgueiro, a tendência é que esses veículos ganhem novamente força após a euforia inicial da internet. "Estamos em uma fase de transição. Todos vão pensar ´esquece o livro, é tudo virtual´, mas acho que lá na frente volta. É o eterno retorno", defende.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Pedro Salgueiro calcula que entre 60% e 70% dos textos publicados na revista são de autoria de escritores que surgiram a partir do ano 2000. Apesar dos sites estarem em alta, os periódicos ainda mantêm sua função histórica de agrupar gerações escritores, a exemplo do jornal O Pão, jornal do grupo Padaria Espiritual, que marcou a virada do século XIX para o XX, a Revista Clã, editada nos anos 40 pelo grupo Clã, O saco, nos anos 70 e, à partir de 2005, a Caos Portátil. Pedro edita ainda a revista Para Mamíferos, ao lado de Glauco Sobreira, Nerilson Moreira, Tércia Montenegro e Jesus Irajacy. Muitos jovens autores cearenses também recorrem ainda a publicações em veículos não especializados, no exemplo recente da extinta Revista Aldeota, de cunho jornalístico, além de editoras locais, no caso dos livros, como a La Barca e a recém criada Dedo de Moça.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Para Jorge, os textos publicados em revistas eletrônicas não suprem o desejo dos autores de ter seu texto impresso. A revista é, nesse sentido, uma maneira de amplificar o que antes era personalista, publicado em um blog ou site pessoal. A revista serviria como forma de reconhecimento junto ao meio literário. "Se fulano escreve na revista A, B ou C, então ele já tem um grau de importância. No livro ele diz ´Ah, agora estou imortalizado´", brinca, justificando que o mesmo sentimento não acontece com a publicação na web.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Outro ponto que ajuda a justificar o número crescente de publicações em</span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"> papel é o barateamento do processo, fruto também do avanço tecnológico, e iniciativas públicas e privadas de custeio das publicações. "Os editais propiciam que todo mundo publique. Coisa que, nos anos 90, nós não tínhamos".</span></span></div>
</div>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-83849069677527524932011-08-04T12:11:00.000-07:002011-12-02T03:48:42.279-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjHseg2OIrF48GvlmD8-jZLQJxpX0pIUuhgqWbwOUDn7icixkK5QRU67XlJ024pfezHW2TnkxIj4U_cfzROdRg8X6-a4cQQ5lLB1J6Hr7Lmxpp9Wv3EGkwDwE36Wsk0XQj1wEvO9qVT7Y0/s1600/o+PROFESSOR+DE+PIANO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjHseg2OIrF48GvlmD8-jZLQJxpX0pIUuhgqWbwOUDn7icixkK5QRU67XlJ024pfezHW2TnkxIj4U_cfzROdRg8X6-a4cQQ5lLB1J6Hr7Lmxpp9Wv3EGkwDwE36Wsk0XQj1wEvO9qVT7Y0/s1600/o+PROFESSOR+DE+PIANO.jpg" t$="true" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>NO CEARÁ </strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><span style="color: #444444; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<span id="head"><a href="http://www.blogger.com/" name="2011_07-16_08_40_57-4103212-0"></a><strong><span style="color: #444444; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">por Rinaldo de Fernandes</span></strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #444444;"><strong>16/07/2011</strong> </span></span><span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">Gostei muito, no lançamento em Fortaleza de O professor de piano, na Livraria Cultura, de rever os amigos escritores cearenses – <strong><u>Pedro Salgueiro</u></strong> (que me deu um suporte maravilhoso), <strong><u>Nilto Maciel</u></strong> (idem, inclusive postando em seu blog foto do nosso jantar na terça),<strong> <u>Dimas Carvalho</u></strong> (que me passou seus livros de contos recentes e me convidou para ir a Sobral, onde leciona na Universidade do Vale do Acaraú) e <strong><u>Carlos Vazconcelos</u></strong> (contente por ter passado no mestrado em literatura da UFC – vai estudar <strong><u>Ronaldo Correia de Brito</u></strong>). Faltou a querida amiga e escritora de muito talento <strong><u>Tércia Montenegro</u></strong>, que estava em Minas. Antes do bate-papo, nas dependências do belo auditório da Livraria Cultura, dei duas entrevistas para a TV Ceará, afiliada de Rede Brasil. Uma para o repórter <strong><u>Danilo Amaral</u></strong>, especificamente sobre o lançamento e para sair num programa de notícias local, e outra para a simpática <strong><u>Mônica Silveira</u></strong>, para o programa Papo Literário, que, segundo fui informado, é muito bem visto na cidade. No final da noite, recebi um convite, que muito me honrou, de <strong><u>Carlos Vazconcelos</u></strong> para participar de um novo bate-papo e relançamento do livro em outubro, no <strong>SESC-CE</strong>, onde <strong><u>Carlos</u></strong> trabalha e coordena o setor de literatura. Maravilha! Voltarei, com prazer, a Fortaleza em outubro para esse novo encontro. Mando daqui os meus agradecimentos aos amigos cearenses, sempre muito agradáveis e generosos comigo! </span></div>
<span style="color: black;"></span><span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><span style="color: black;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><span style="color: black; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">www.rinaldofernandes.blog.uol.com.br</span></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<span style="color: orange;"></span>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-65353068172637256922011-07-21T14:03:00.000-07:002011-12-02T03:50:42.540-08:00ATUALIDADE DE UM CLÁSSICO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjay_jDRr9S2Jz2myv1VFvJkxfxGTI6yT_UvCgNhAOweNCLJt5g-o-vvEYdFhBqjiSbRh8KkcDJbwoEGojNoCmDr9f3SQqi4gR6vyaczfj_1w5e1diOPupMCldzPGbmHco6oACOxNeGDtCe/s1600/Hor%25C3%25A1cio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="253" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjay_jDRr9S2Jz2myv1VFvJkxfxGTI6yT_UvCgNhAOweNCLJt5g-o-vvEYdFhBqjiSbRh8KkcDJbwoEGojNoCmDr9f3SQqi4gR6vyaczfj_1w5e1diOPupMCldzPGbmHco6oACOxNeGDtCe/s320/Hor%25C3%25A1cio.jpg" t$="true" width="320" /></a></div>
<br />
<span style="color: orange; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: orange;"></span></span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">por Carlos Vazconcelos</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: orange;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Um clássico sempre nos surpreende. Se não revela as grandes verdades que almejamos, enleva-nos com pequenos achados. Na busca de abrir caminho através da densa barreira dos Livros Que Não Li ou dos Livros Que, Se Eu Tivesse Mais Vidas Para Viver, Certamente Leria de Boa Vontade (como sugere Italo Calvino), abri esta semana as páginas de A Arte Poética de Horácio. Na realidade, uma epístola escrita aos Pisões com o intuito de prestar aconselhamentos quanto ao ato criador. Com o tempo consolidou-se, do mesmo modo que a outra Arte Poética, a de Aristóteles, como interessante manual de estética aplicada à literatura e, particularmente, ao teatro.</span><br />
<span style="color: black;"><br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">A Poética de Horácio é o manifesto máximo do classicismo contra qualquer tipo de vanguarda, pois para ele liberdade é exceção, não a regra. Numa época em que se busca um vanguardismo a qualquer custo, um desejo convulsivo de inovar a arte e seus mecanismos, mesmo que o conteúdo soe inválido e a poética estéril, Horácio, como um bom clássico, é atualíssimo quando adverte: “Vós, que escreveis, tornai a matéria igual às vossas forças e pesai longamente o que vossos ombros se recusam a carregar”; ou quando indaga: “Começou-se a moldar uma ânfora, por que ao girar da roda saiu um pote?” </span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Muitos artistas hoje não compreenderam as lições de seus mestres. Buscam a ruptura, mas não percebem que em arte toda transgressão deve ser passageira, isto é, durar enquanto transgressão. Quebrar paradigmas às vezes é essencial, mas o ato de ruptura não pode, por si só, virar estética. Quando isso acontece, os transgressores provam do próprio feitiço. Concordo com o escritor e crítico Affonso Romano de Sant’Anna, quando afirma que “a melhor homenagem que podemos fazer aos mestres contestadores de ontem, é contestá-los hoje.” Não foi à toa que Marcel Duchamp (charlatão e gozador, para uns; rei da vanguarda artística, para outros) afirmou: “Joguei o urinol na cara deles como um desafio e agora eles o admiram como um objeto de arte.” Não se deve empurrar gato por lebre. O ato de ruptura não se dilui em estética, apenas a provoca. A Poética de Horácio amolda-se perfeitamente à sexta definição de Calvino: “Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.” </span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Com base no dualismo de Platão (esteticismo/eticismo), Horácio pregava que a arte tinha duas finalidades: agradar e educar. “Não basta que os poemas sejam belos, é preciso que sejam doces”, afirma ele. Para o esteticismo a função da arte é ser arte; para o eticismo a função da arte é ser útil. Nesse ponto, dissocia-se do pensamento de Aristóteles. O autor da outra Poética valoriza a arte como imitação e aceita que o feio na natureza pode agradar na arte, como por exemplo um cadáver bem pintado. Na poética de Horácio, há um permanente paralelo entre a pintura e a literatura, e ele inclusive admite que pintores e poetas têm o poder de ousar, mas a razão deve dominar a fantasia e o sentimento. O artista que pretende variar com prodígios um tema uno, termina por pintar delfins nas selvas e javalis nas ondas. Um poema concebido sem critérios estéticos, onde apenas o engenho participe e não a arte, pode assemelhar-se ao quadro de um pintor que quisesse ligar a uma cabeça humana um pescoço de cavalo, resultando no ridículo quadro da mulher-cavalo-ave-peixe, o que nos faz deduzir que o Surrealismo seria a estética inversamente proporcional ao classicismo de Horácio. Mais ainda: Seria sua inimiga mortal. Não que condenasse o fantástico, onde se misturam coisas falsas e coisas verdadeiras, mas a falta de coerência. </span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Dispensados certos radicalismos e outros aspectos que nos soam hoje como anacrônicos, há muita atualidade nas propostas do autor grego. Ele aconselha que toda obra literária seja submetida aos ouvidos de um crítico severo e depois permaneça guardada até o nono ano, e justifica: “O que não tenhas editado, te será permitido destruir. As palavras soltas não podem tornar.” Critica os poetas romanos que abandonaram as pegadas dos gregos, principalmente de Homero, criador da fórmula perfeita dos hexâmetros com que escreveu a Odisseia, e dá mais esta lição atualíssima e permanente: “Nem o Lácio seria mais potente pelo valor e pelas armas gloriosas do que por sua língua, se o trabalho lento da lima não aborrecesse a todos os nossos poetas. Vós, ó sangue de Pompílio (1), repreendei o poema que muitos dias e muitas correções não desbastaram e não burilaram por dez vezes com a unha aparada.” </span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">No que diz respeito ao teatro, sua pretensão de “pureza” é ainda maior, pois condena o gênero que descamba em outro, como a epopeia retorcida em comédia por falta de perícia dos atores ou do autor do texto. Não lhe agradam esses dois gêneros. Prefere o drama satírico, espécie de moderador entre o riso e o siso. Consagrado como poeta do amor e da paz, rejeitava o espírito guerreiro do romano, condenando por consequência cenas violentas no teatro, boas para serem contadas, jamais para serem representadas, como por exemplo Medeia matando os filhos. Em outras palavras, o classicismo nada sabe do naturalismo. É tal o radicalismo de Homero que ele considerava impraticável jovens representarem papéis de velhos ou vice-versa. Podemos então concluir que a Poética de Horácio amolda-se também ao preceito número 14, de Calvino: “É clássico aquilo que persiste como rumor mesmo onde predomina a atualidade mais incompatível.”</span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Por fim, comungo ainda com Calvino para enfatizar a importância de se ler propriamente as obras: “A escola e a universidade deveriam servir para fazer entender que nenhum livro que fala de outro livro diz mais sobre o livro em questão; mas fazem de tudo para que se acredite no contrário” e a Todorov: “Na escola, não aprendemos acerca do que falam as obras, mas sim do que falam os críticos. O Ensino Médio, que não se dirige aos especialistas em literatura, mas a todos, não pode ter o mesmo alvo; o que se destina a todos é a literatura, não os estudos literários; é preciso então ensinar aquela e não estes últimos.”</span><br />
<span style="color: black;"><br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Afinal, Horácio é clássico por que é atual ou é atual por que é clássico? Ora, a questão é tão imperativa quanto ler esta resenha e não ler o livro do qual ela trata. Portanto, quem deseja compreender A Poética de Horácio, deve ir imediatamente à livraria ou a biblioteca, e não se contentar com apreciações como esta.</span><br />
<span style="color: black;"><br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></span><br />
<div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span></span></span> Os Pisões, a quem a carta de Horácio se destina, pretendiam-se descendentes de Numa Pompílio, segundo rei de Roma.</span></span></div>
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Bibliografia</span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">CALVINO, Italo. Se um viajante numa manhã de inverno. Tradução: Nilson Moulin. São Paulo: Planeta De Agostini, 2003.</span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">__________. Por que ler os clássicos. Tradução Nilson Moulin. São Paulo: Cia. Das Letras, 2007.</span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">SANT’ANNA. Affonso Romano. Desconstruir Duchamp: arte na hora da revisão. Rio de Janeiro: Vieira e Lent, 2003.</span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. 2. ed. Tradução de Caio Meira. Rio de Janeiro: Difel, 2009.</span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">TRINGALE, Dante. A arte poética de Horácio. São Paulo: Musa Editora, 1993. </span>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-9692224116734612852011-07-20T08:41:00.000-07:002011-12-02T03:51:22.351-08:00OS LIVROS, AS VIAGENS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjsN-6i8t3LtKFTS0ZyIn13gXz8RL0Z114hy3z5p2TAH2Emv2ZcWZuDyechwMkR2ei5QEIx3oZgD2J1mYOyKvQa-YK3bFzvhIWCjbklvy71vc2nyr3Ceg1t1AykegTVShkHXrI36REU8wO/s1600/%25C3%2589rico.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjsN-6i8t3LtKFTS0ZyIn13gXz8RL0Z114hy3z5p2TAH2Emv2ZcWZuDyechwMkR2ei5QEIx3oZgD2J1mYOyKvQa-YK3bFzvhIWCjbklvy71vc2nyr3Ceg1t1AykegTVShkHXrI36REU8wO/s320/%25C3%2589rico.bmp" t$="true" width="320" /></a></div>
<br />
<span style="color: #444444; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Por Carlos Vazconcelos</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: orange;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Todos dizem que ler é viajar. Isso é fato consumado, mesmo na opinião de quem nada lê. Ler Josué Montello, por exemplo, é transportar-se para o Maranhão. Jorge Amado nos leva à Bahia. Com Machado, retrocedemos ao velho Rio de Janeiro imperial (e às profundezas da alma humana). João Guimarães, Graciliano e Rachel nos conduzem a uma pátria chamada Sertão.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">E assim segue o leitor, nas mais variadas e pitorescas aventuras, turismo espiritual. Desse modo, quem tem boa biblioteca possui de saldo uma agência turística virtual, sem os protocolos e a burocracia das convencionais.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"> </span></span><span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Pois estive viajando, esses dias. Li Érico Veríssimo e viajei ao México...</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">– Ao México, tchê?</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Sim, senhor! E de trem. Mas tudo bem, compreendo a estranheza. Quem lê Veríssimo viaja não é para os pampas? E escuta aquela música ao longe (talvez um solo de clarineta), vinda do tempo e do vento, que varre os lírios do campo pelos caminhos cruzados?</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Floreios à parte, explicarei melhor. Estou me deleitando com a leitura do livro intitulado México, do escritor gaúcho. É daqueles livros injustamente esquecidos. Como se dizia antigamente, o lado B do long play. São notas de viagem, testemunhos de vida, capítulos de humanidade de um escritor que, ao sentir-se sufocado pela faina diplomática, em Washington, consumido pelo desejo de umas férias, chega em casa e sugere à mulher:</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">– Vamos ao México?</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Esse bem poderia ser o título do livro, pois realmente o convite se estende ao leitor. Qualquer um o aceitará prontamente depois de ler o Prólogo, onde o autor trava um delicioso colóquio com o mestre William Shakespeare em torno das razões que o aliciam a arredar pé da metrópole americana. Lá, tudo funciona direitinho, um modelo de organização, um primor de urbanismo. E sentindo-se um gato preto em campo de neve, desabafa ainda: Sinto saudade da desordem latino-americana, das imagens, sons e cheiros de nosso mundinho em que o relógio é apenas um elemento decorativo e o tempo, assunto de poesia.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Sempre em que se tratar de um grande autor, devemos dispensar um pouco mais de atenção a alguns livros considerados menores. Um grande escritor é multifacetado e dificilmente sua pena admite um rótulo impostor.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Para uma grande pena, não existe literatura amena. Exemplo: na consagrada obra machadiana, não esqueçamos jamais de ler O Alienista.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Com tantas investidas assediantes em torno de Gabriela ou Tieta, alguém se lembrará de ler Terras do Sem-fim, de Jorge Amado, talvez o seu melhor romance? </span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Da vasta bibliografia de Érico Veríssimo, num cantinho escuso de prateleira, achamos o México, a paisagem do México, o sentimento do México.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Viaje! Não perca tempo! Vá à biblioteca ou livraria mais próxima, solicite seu livro. E quando puder (não desaconselho) solicite também seu passaporte. Você viajará com conhecimento de causa. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Aproveite as palavras veríssimas do mestre Érico: A vida não merece bocejos. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">E hasta la vista!</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="color: black;"><br /></span><br />
<br />
<span style="color: orange;"></span>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-31828208026274804822011-07-08T13:05:00.001-07:002012-03-14T09:14:28.134-07:00CORROSÃO<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi47_w0Ngy3ptcBXAVIb-a4v45AOhqTzAfoTH58xE-V1GguX9wss4iyi0IWQQputPMKuWN7GxdejPUMuf6r27vMHB2aYWRLIg_A56a75QTpavZ946zDOgQmTxtR2EJPWCQ3Ohn1Ml40lSXw/s1600/Av.+da+Universidade%252C+1960.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" m$="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi47_w0Ngy3ptcBXAVIb-a4v45AOhqTzAfoTH58xE-V1GguX9wss4iyi0IWQQputPMKuWN7GxdejPUMuf6r27vMHB2aYWRLIg_A56a75QTpavZ946zDOgQmTxtR2EJPWCQ3Ohn1Ml40lSXw/s320/Av.+da+Universidade%252C+1960.JPG" width="240" /></a></div><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Carlos Vazconcelos<br />
<br />
por dentro do casarão<br />
os ratos roem o tempo<br />
roem o passado onírico<br />
vitrola, salão de festa<br />
<br />
deitado porém insone<br />
ouço os ruídos, roídos<br />
tenho medo de dormir<br />
<br />
roem as rótulas da porta<br />
roem as ripas e os ritos</span><br />
<span style="color: black;"><br />
</span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">ranhuras no corrimão<br />
rasuras na certidão <br />
rasgos no cimo do oitão</span><br />
<span style="color: black;"><br />
</span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">por dentro do casarão<br />
cupins corroem as lembranças<br />
corroem o passado intato<br />
bengala, biblioteca</span><br />
<span style="color: black;"><br />
</span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">insone porém deitado<br />
ouço o ranger do portão<br />
tenho medo de acordar</span><br />
<span style="color: black;"><br />
</span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">quedam-se vigas e estrados<br />
quedam-se torres e lendas<br />
<br />
som de relógio enguiçado<br />
rumor de reza rosário<br />
rumor de riso refrão<br />
<br />
por dentro do casarão<br />
traças estraçalham trevas<br />
desvirtuam tradições<br />
alcova, criado-mudo</span><br />
<span style="color: black;"><br />
</span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">deitado insone porém<br />
ouço grilos, pirilampos<br />
tenho medo de sonhar</span><br />
<span style="color: black;"><br />
</span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">rompe-se a cumeeira<br />
rompe-se a madrugada</span><br />
<span style="color: black;"><br />
</span><br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">rastro parede porão<br />
retrato recordação<br />
correntes e corrosão</span>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-64013108332241881552011-04-01T10:24:00.000-07:002011-04-01T10:24:30.492-07:00BAZAR DAS LETRAS - ENCONTRO COM A LITERATURA<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFS6j0TkPxyNSFTqcxt6xopHxWwbVqz5chXbK063293AnecW0yIIXXYz64SYA0XrnAv3XuzbVBG8gd_Y5lumBZitRyLUILqjTt93uF-V5LDOetTCdI3R6Mwk42U_a0En9OJcJWQMixe8ub/s1600/bazar_das_letras_086.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" r6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFS6j0TkPxyNSFTqcxt6xopHxWwbVqz5chXbK063293AnecW0yIIXXYz64SYA0XrnAv3XuzbVBG8gd_Y5lumBZitRyLUILqjTt93uF-V5LDOetTCdI3R6Mwk42U_a0En9OJcJWQMixe8ub/s320/bazar_das_letras_086.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-size: x-small;">Entrevistada e entrevistador</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGo4IS4q8XjD2WwcPmCMDwTjutUD9ac81tQXOCAli1rvs_1DrMyHW1Zoq7OU2rUz-5F-J8mKcLnfam8T-IOOWIZNOJxW2IWuUFlRuGhO9kLHqioKrN1_YmRW-SmhObuKR6fXvzYWT2sINn/s1600/bazar_das_letras_127.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" r6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGo4IS4q8XjD2WwcPmCMDwTjutUD9ac81tQXOCAli1rvs_1DrMyHW1Zoq7OU2rUz-5F-J8mKcLnfam8T-IOOWIZNOJxW2IWuUFlRuGhO9kLHqioKrN1_YmRW-SmhObuKR6fXvzYWT2sINn/s320/bazar_das_letras_127.jpg" width="276" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-size: x-small;">Pedro Salgueiro, Fabiana Guimarães, Carlos Vazconcelos</span></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7ty-3e-qe941JjI9v20snDgoGe4XNl6wT3ds6eH-CrnUodMEChUutAmQulxqWzuwRecc2VbQoWAbnabr5EgGWt8L7MmB4KVvG_8Fyp3hkAK_KMeTQz7oQDWsX4x4w6RsfiVxkOk-ucVXY/s1600/fabbazar1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" r6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7ty-3e-qe941JjI9v20snDgoGe4XNl6wT3ds6eH-CrnUodMEChUutAmQulxqWzuwRecc2VbQoWAbnabr5EgGWt8L7MmB4KVvG_8Fyp3hkAK_KMeTQz7oQDWsX4x4w6RsfiVxkOk-ucVXY/s320/fabbazar1.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-11758515643465881392010-10-05T12:09:00.000-07:002010-10-06T18:06:39.429-07:00AÍLA SAMPAIO NO BAZAR DAS LETRAS<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZNRIZMWdPX6c5CgVDtALFU8dMWgmASxxRM6bkAx6JoMD0wKHjExoy3AJY2-dy_FAjnZF7UXeEhnT-rtlUAPzL8R6lXKMJnGjmJYztp4nBbEf9l7qDE45VJ8j2aE8A9L1Zs8giY006nu0k/s1600/BazardasLetras-set-10.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZNRIZMWdPX6c5CgVDtALFU8dMWgmASxxRM6bkAx6JoMD0wKHjExoy3AJY2-dy_FAjnZF7UXeEhnT-rtlUAPzL8R6lXKMJnGjmJYztp4nBbEf9l7qDE45VJ8j2aE8A9L1Zs8giY006nu0k/s320/BazardasLetras-set-10.bmp" width="225" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF4WGxCPGZVKvW84aK6UWRwF4Dd_-GrMLm6uR0xYGOn52j2HY9YKcL0dRIFWwS35MWW1wI8Fv-CNRgwNAntECG66TscPB2vSZ2_P-eTZ3SPzR432B5JwtJaadfRyuhnIKOIx6elB779rhg/s1600/007.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF4WGxCPGZVKvW84aK6UWRwF4Dd_-GrMLm6uR0xYGOn52j2HY9YKcL0dRIFWwS35MWW1wI8Fv-CNRgwNAntECG66TscPB2vSZ2_P-eTZ3SPzR432B5JwtJaadfRyuhnIKOIx6elB779rhg/s320/007.JPG" width="320" /></a></div><span style="color: white; font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Clique nas imagens para ampliá-las.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: orange; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O dia 28 de setembro foi muito festivo, no SESC Fortaleza. Festa da literatura. O projeto Bazar das Letras recebeu a escritora e professora AÍLA SAMPAIO. Como mediador, tive o privilégio de estar entre duas belas mulheres, a própria Aíla e Lygia Fagundes Telles, uma vez que o livro relançado àquele dia foi <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Os Fantásticos Mistérios de Lygia</i> (ensaios).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: orange; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Aíla se sobressaiu em cena, esbanjando a inteligência e o carisma que lhe são tão próprios. Deu um passeio sobre o gênero fantástico, revisitando Machado de Assis, Jorge Luís Borges, Adolfo Bioy Casares, Julio Cortazar, José J. Veiga, Murilo Rubião e, claro, a autora de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Mistérios</i>, Lygia Fagundes Telles. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzV4uBy9ecbCxGNt_vZjLGzuQ57azd8eE-nDi_tK4aX03elGI-8U7FUVP_eNN1HP4Xf4tUSP9PwyDA0VubU-ebtQ0mbUFBWieWrSpCYSZct-KvpqLfVrwIf0qq21bQbNXa_fHVf5fuACRE/s1600/sesc+030.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="197" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzV4uBy9ecbCxGNt_vZjLGzuQ57azd8eE-nDi_tK4aX03elGI-8U7FUVP_eNN1HP4Xf4tUSP9PwyDA0VubU-ebtQ0mbUFBWieWrSpCYSZct-KvpqLfVrwIf0qq21bQbNXa_fHVf5fuACRE/s320/sesc+030.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: left; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: orange; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Também falamos sobre a poesia de Aíla, explorando os livros <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Amálgama</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Desesperadamente Nua</i>, além de textos esparsos, publicados nos blogues. Os escritores Airton Soares e Eudismar Mendes fizeram leitura dramática de alguns poemas da Aíla.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: left; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: orange; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Percebeu-se claramente a satisfação da plateia, e mais uma vez o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Bazar das Letras</i> cumpriu sua missão, valorizar o escritor cearense e a literatura brasileira.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJDMx92dLiLB56PYr1s3pmZ7zmSHsYiYKT3fcDwP2DSzuX1MDCmGfNbYEl9wN8-pWxVBwApOi_Iu1gVb8J7sp0KeTU_LoTqqfdKK05MKT92nrK6Lr_LqNrPo78FynMSr1LRDOFJyBAgezb/s1600/DSC08171.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJDMx92dLiLB56PYr1s3pmZ7zmSHsYiYKT3fcDwP2DSzuX1MDCmGfNbYEl9wN8-pWxVBwApOi_Iu1gVb8J7sp0KeTU_LoTqqfdKK05MKT92nrK6Lr_LqNrPo78FynMSr1LRDOFJyBAgezb/s320/DSC08171.JPG" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAsXjvAsn8ScveTrqU7jjeKQAJWn0EC-q2caksn7-ZHh34_dE41bzpx4XO6RROVRLKUl5ukS0E-6SGTQea0VOIEN3Xsyddrj7lkWGuj_hr5mO_61eB5m4Y5vjb9j8OEnVHc-jdZ5JbjbNd/s1600/001.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAsXjvAsn8ScveTrqU7jjeKQAJWn0EC-q2caksn7-ZHh34_dE41bzpx4XO6RROVRLKUl5ukS0E-6SGTQea0VOIEN3Xsyddrj7lkWGuj_hr5mO_61eB5m4Y5vjb9j8OEnVHc-jdZ5JbjbNd/s320/001.JPG" width="320" /></a></div><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: orange; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">PS.: Em outubro <em>O Bazar das Letras</em> receberá o escritor Theófilo Silva, cearense radicado em Brasília, que está vindo especialmente para participar do Bazar das Letras. Theófilo é fundador da Sociedade Shakespeare de Brasília. O bardólatra (como ele mesmo se denomina) relançará seu livro <em>A Paixão Segundo Shakespeare</em>.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: left; text-indent: 35.45pt;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAyiCXHH5falBwNeXzOJN8oWYIGcwpMRmbJ0z180QDItbwWoB_i9HhXgW4DpCcptbbxUtfBrRDATMzKI6A71ZvvBqeC5_hAI8FxXKsZEr_2eIqks3rMNIim7VqIoM9VD1lo_9YFvYXZRHS/s1600/010.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAyiCXHH5falBwNeXzOJN8oWYIGcwpMRmbJ0z180QDItbwWoB_i9HhXgW4DpCcptbbxUtfBrRDATMzKI6A71ZvvBqeC5_hAI8FxXKsZEr_2eIqks3rMNIim7VqIoM9VD1lo_9YFvYXZRHS/s320/010.JPG" width="240" /></a></div>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-38628081029575573632010-09-14T20:00:00.000-07:002011-12-02T03:55:15.929-08:00TUGÚRIO<div style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO6Mng9LztPyyJ-RXQEbQV9D1Ga-0SUit0dhz1kfqJIjdmsd_h8pDhzv4M8gN01-0eZ1bIzXt3mv1Hg4Q8cKJ7OT7e0BEsqEteJ_uKMRTiPtll2h_Gnqd_zDXvfEday2KFjdRgb8PajDM4/s1600/Tug%C3%BArio.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO6Mng9LztPyyJ-RXQEbQV9D1Ga-0SUit0dhz1kfqJIjdmsd_h8pDhzv4M8gN01-0eZ1bIzXt3mv1Hg4Q8cKJ7OT7e0BEsqEteJ_uKMRTiPtll2h_Gnqd_zDXvfEday2KFjdRgb8PajDM4/s320/Tug%C3%BArio.bmp" width="255" /></a></div>
<br />
<br />
<span style="color: orange; font-size: small;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #444444;">Por Carlos Vazconcelos</span> </span></span></div>
<div style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></span></div>
<div style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small;">Com as batidas na porta foi acordando lentamente do seu torpor. Havia tido sonhos confusos e intermináveis. Ora estava sozinho no mundo, condenado a estranha eternidade, ora fugia de uma legião de seres bizarros.</span></div>
<div style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /><span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Uma voz engavetada ressoou seu nome deixando a sobra de um eco longínquo. Antes de abrir os olhos sentia náusea, dor de cabeça e um medo imenso. As pancadas na porta se intensificavam. Já não eram socos, mas chutes e safanões. Cada bordoada era uma porretada no crânio. A voz agora era grave e repetia seu nome ameaçadoramente. Outras vozes bolinavam seus ouvidos como uma tenebrosa música incidental. Um cheiro de bolor comunicava-lhe a recuperação dos sentidos. Só faltava abrir os olhos. Arregalou-os num ímpeto. Por que queriam pôr a porta abaixo? Chutes, socos, ameaças. Nada compreendia. Que crime cometera? Não conseguia mover o corpo. Desejava chegar à porta, destravá-la. Não podia. E percebeu que sua imobilidade exaltava ainda mais os ânimos dos inimigos. Rendido no leito, gotejando de febre e medo, só lhe era possível ver as pontas das próprias botas enlameadas, apontadas para o teto, no meio delas a moldura da porta, prestes a desabar. De repente, a tábua tombou inteira aos pés da cama e uma multidão invadiu seu campo de visão, atirando-se sobre sua carcaça. Bocas furiosas. Pescoços enrijecidos. Dois sujeitos corpulentos arrancaram-no do leito e o levaram.</span></span></div>
<div style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /><span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Tornou a acordar. O ambiente agora era úmido e fétido. Verificou as palmas das mãos com olhos abismados. Mal podia acreditar. Teve visões difusas do seu inferno. Mas ainda não era hora de purgar a alma. Só quando voltou a si definitivamente é que foi recordando... aos poucos... E compreendeu, com assombro, que o pesadelo estava apenas começando.</span></span></div>
<div style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /><span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></span></div>
<div style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small;">Do livro <i>Mundo dos Vivos (</i>contos) </span></div>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7739870508565648503.post-45526257899776875562010-06-26T22:24:00.000-07:002011-12-02T03:56:00.907-08:00TRINDADE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSvJG1OiX182MN-HI8WG4uH4200qRQpIPVB7ekLlIPp0bw5xSkS_r5-iZpIGdRx6yp7cQCJE793rw_aZ3EdZGoqho9JgIvEfC4gJSe7Hw5AkmKXKIdQoDx3hrqUs79gT9RnYI5jhbASCgr/s1600/as+tres+gracas+-+gravura+-+mam.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSvJG1OiX182MN-HI8WG4uH4200qRQpIPVB7ekLlIPp0bw5xSkS_r5-iZpIGdRx6yp7cQCJE793rw_aZ3EdZGoqho9JgIvEfC4gJSe7Hw5AkmKXKIdQoDx3hrqUs79gT9RnYI5jhbASCgr/s320/as+tres+gracas+-+gravura+-+mam.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
</meta></meta></meta></meta><link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5Cusuario3%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml" rel="File-List"></link><link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5Cusuario3%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx" rel="themeData"></link><link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5Cusuario3%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml" rel="colorSchemeMapping"></link><style>
<!--
/* Font Definitions */
@font-face
{font-family:"Cambria Math";
panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4;
mso-font-charset:1;
mso-generic-font-family:roman;
mso-font-format:other;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:0 0 0 0 0 0;}
@font-face
{font-family:"Palatino Linotype";
panose-1:2 4 5 2 5 5 5 3 3 4;
mso-font-charset:0;
mso-generic-font-family:roman;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:-536870009 1073741843 0 0 415 0;}
/* Style Definitions */
p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal
{mso-style-unhide:no;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
margin:0cm;
margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:12.0pt;
font-family:"Times New Roman","serif";
mso-fareast-font-family:"Times New Roman";}
.MsoChpDefault
{mso-style-type:export-only;
mso-default-props:yes;
font-size:10.0pt;
mso-ansi-font-size:10.0pt;
mso-bidi-font-size:10.0pt;}
@page WordSection1
{size:612.0pt 792.0pt;
margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm;
mso-header-margin:36.0pt;
mso-footer-margin:36.0pt;
mso-paper-source:0;}
div.WordSection1
{page:WordSection1;}
--><span id="goog_1950103210"></span><span id="goog_1950103211"></span>
</style><span style="font-family: "Palatino Linotype", "serif";"><span style="color: orange;"><span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></span></span></div>
<br />
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">As três que conheço,</span> <br />
<div style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></div>
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">que não se conhecem,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">que moram bem longe,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">só uma aparece.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Ai de mim </span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">se as três viessem</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">correndo assim...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Ai de mim!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Se tenho uma,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">se penso outra</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">nem imagino onde </span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">anda a terceira:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">se sobe o morro</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">se desce ladeira</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">se foi à praia</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">ou se vai à feira.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Cadê a primeira</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">que ao ter a segunda</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">beijei a terceira</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">e nem sequer senti remorso?!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Mas como posso?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Se as três que conheço,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">que não se conhecem, </span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">que moram bem longe,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: orange; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">só uma aparece?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: black; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Ai de mim se as três viessem...</span></div>CARLOS VAZCONCELOShttp://www.blogger.com/profile/06699953739484957562noreply@blogger.com3